Amazônia Sem Fronteira

Brasil

Posse de Margareth Menezes na Cultura vira festa por recriação do MinC

Posse de Margareth Menezes na Cultura vira festa por recriação do MinC

Ministra da Cultura Margareth Menezes está em Parintins para prestigiar 56º Festival Folclórico
(Foto: Divulgação)

A cantora e ativista cultural Margareth Menezes tomou posse como ministra da Cultura, no início da noite desta segunda-feira (2/1), no Museu Nacional da República, em Brasília. Para marcar a recriação da pasta, extinta no governo de Jair Bolsonaro (PL), a solenidade ocorreu em clima festivo, embalada por apresentações musicais. Além de Margareth, o novo secretário-executivo de Cultura, Márcio Tavares, também foi empossado. 

Entre os presentes na cerimônia estiveram a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), a governadora do Rio Grande do norte, Fátima Bezerra (PT), e a primeira-dama, Janja Lula. Artistas também estiveram presentes, como o comediante Paulo Vieira, a cantora Fafá de Belém e o cantor Romero Ferro.

“Damos início a desafiadora função de refundar o Ministério da Cultura”, declarou a nova ministra. Margareth lembrou Gilberto Gil, ministro da Cultura no primeiro governo Lula, a quem agradeceu por “abrir portas” para a posse dela, a primeira mulher negra a assumir a pasta. “Acompanhamos o diálogo e vimos a destruição perversa da cultura nacional. (…) Junto aos meus colegas, ouvimos as pessoas. Me emocionei com relatos de lutas por seus diretos e busca pela dignidade”, disse. De acordo com Margareth, “respeito e cuidado” serão o os guias de sua gestão.

+ Leia mais notícias no portal Amazônia Sem Fronteira.

Um ponto de bastante destaque no discurso de posse foi a extinção da pasta no governo de Jair Bolsonaro. Michel Temer (MDB) também anunciou que o ministério seria extinto e incorporado ao Ministério da Educação, em 2016, mas voltou atrás após pressão popular. Segundo Margareth , “nunca mais” a Cultura deixará de ter um Ministério. “Como aceitar que o nosso Ministério da Cultura, dessa profunda riqueza, tenha desaparecido por duas vezes do nosso horizonte? Nunca mais”, disse. “Nós merecemos o nosso ministério. O Brasil tem uma das mais ricas, potentes e respeitadas forças de produção cultural do mundo. Que o nosso Minc nunca mais desapareça”, afirmou.

No discurso de posse, a cantora falou sobre as perdas do setor durante a pandemia. Segundo ela, foram R$ 63 bilhões que deixaram de ser movimentados no Brasil por conta das paralisações em prol do distanciamento social. Ela lembrou também as mortes do comediante Paulo Gustavo e do letrista Aldir Blanc. “Dois artistas que hoje são potentes símbolos de luta dos fazedores de cultura do Brasil”, lamentou a perda.

Janja Lula, que desde a campanha presidencial teve grande proximidade com artistas e ativistas culturais, falou sobre a trajetória junto ao até então secretário de cultura do PT, Márcio Tavarez — que hoje tornou-se o número 2 do Ministério da Cultura. Durante a campanha presidencial, os dois visitaram os núcleos culturais das cidades onde passaram, com o objetivo de criar um retrato da situação do setor pelo país. A primeira-dama prometeu retornar obras de arte retiradas dos locais de origem. “Que esses quatro anos sejam de uma caminhada de reconstrução. Não por isso, o presidente Lula colocou esse olhar para a cultura. A cultura não é só para lazer, é para gerar economia”, disse.

No discurso de posse como secretário-executivo de Cultura, Márcio Tavarez prometeu a implementação da Lei Paulo Gustavo, que visa dar inventivos ao setor cultural por conta dos prejuízos durante a pandemia de covid-19. Márcio aproveitou sua fala para lembrar que no governo de Michel Temer (MDB) houve uma ocupação no prédio da pasta para que ela não fosse extinta. Ele lembrou também que Jair Bolsonaro (PL) reduziu o ministério a secretaria.

“Passamos os últimos seis anos sofrendo muito. Tentaram acabar com o Ministério da Cultura, nós resistimos muito. O ministério ficou, mas as políticas publicas começaram a balançar”, lembrou Tavares.

Atriz e amiga pessoal de Margareth Menezes, Elisa Lucinda falou sobre a capacidade da nova ministra em se articular com diversos grupos e criticou a antiga gestão. “O fascismo, a primeira coisa que ele faz é isso: matar os pensadores”, disse. Elisa ainda falou sobre a valorização das culturas de periferias e cantou parte da letra de uma canção do MC Poze do Rodo, chamada Tá na paz de Deus.

Fonte: CORRIO BRZILIENSE

Mais Notícias