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Festejar a formatura pode ser um desafio para universitários

Especialista dá dicas para fugir do calote e evitar problemas no momento de comemorar a formatura

Festejar a formatura pode ser um desafio para universitários
Foto: Reprodução)

Vestidos e ternos comprados, família convidada, hotel garantido, alta expectativa para uma comemoração memorável. Assim formandos de diversos cursos universitários se prepararam para festejar a graduação. Mas, infelizmente, algumas turmas têm suas expectativas frustradas com cancelamentos, calotes e problemas com empresas contratadas para promover as festas de formatura. E basta dar uma busca pela internet para encontrar uma série desses exemplos.

No Brasil, cerca de 1,2 milhão de estudantes universitários se formam por ano, de acordo com o Censo da Educação Superior do MEC. Quem já se graduou em uma universidade e teve a chance de comemorar em grande estilo sabe o quanto esse momento é marcante. Não é por acaso que esses eventos representam um marco histórico na vida desses jovens e de suas famílias.

As festas de formatura integram o setor de eventos que movimenta R$ 16,8 bilhões por ano, conforme aponta estudo da Associação Brasileira de Eventos Sociais – Abrafesta. De acordo com o especialista Maxwell Machado, CEO da Forme Seguro, startup de gestão financeira de formaturas, os custos de uma formatura variam de acordo com fatores como: local, faculdade, curso, quantidade de alunos aderentes, número de eventos e comemorações que ocorrerão, porte e estilo da festa, entre outros. “No geral, o valor por formando varia entre R$ 3 mil e R$ 20 mil, dependendo de diferentes variáveis. Cursos como Medicina e Direito costumam realizar festas mais luxuosas com um valor agregado mais alto e chegam a custar até mais de R$ 1 milhão de reais, dependendo da faculdade e da quantidade de alunos aderentes”, relata ele.

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Com valores nesse patamar, Machado destaca que é comum que os estudantes contratem as empresas de formatura dois ou três anos antes das comemorações, realizando pagamentos mensais a elas. “As turmas começam a sonhar com a formatura anos antes. E os investimentos também começam cedo para garantir o pagamento das festas. Porém, essa relação pode representar um risco aos formandos, já que não há garantias de que dentro de 3 ou 4 anos a empresa terá saúde financeira para cumprir o contrato diante de temas como inflação, instabilidade econômica e até mesmo a própria idoneidade de todos os fornecedores envolvidos”, alerta ele.

Somado aos altos valores, para a grande maioria dos estudantes universitários brasileiros contribuir com o fundo da formatura é um grande esforço financeiro. Na rede federal, por exemplo, 70,2% dos universitários possuem renda familiar per capita de até um salário mínimo, conforme aponta pesquisa que traça o perfil sociocultural e econômico dos discentes, realizada pela Andifes.

“Quando a empresa contratada controla o dinheiro da turma e não tem compromisso, idoneidade, ou quebra, é tarde demais para recuperar o sonho da formatura. Além do desgaste jurídico e dos prejuízos financeiros, há um desgaste emocional”, argumenta.

Mas então, o que fazer para evitar a frustração de uma festa cancelada?

O especialista Maxwell Machado dá dicas para resguardar o dinheiro da turma e garantir que as festividades aconteçam:

A primeira dica é manter o dinheiro arrecadado em uma conta da própria turma. “A primeira questão é garantir a segurança financeira para que a formatura não seja um sonho frustrado. Para isso, é importante que a turma tenha uma conta própria na qual a arrecadação mensal deve ser depositada”.

Outra sugestão está relacionada à escolha criteriosa e análise de cada fornecedor. “O processo de produção da formatura pode ser muito burocrático, e sabemos que o universitário tem outras prioridades ligadas ao curso, estágios, etc. Para esse caso, a sugestão é contar com equipes jurídicas atentas capazes de apoiar as turmas na hora de analisar e validar os fornecedores para evitar as possíveis armadilhas contratuais”, aconselha ele.

Machado lembra também que a própria turma não está livre de vivenciar problemas internos como inadimplência ou mesmo desvios, e que a melhor forma de os evitar é manter uma gestão eficiente e transparente. “Hoje, a tecnologia facilita muito a realização de cálculos e a apresentação de relatórios com aplicativos e planilhas de fácil acesso. É importante que a comissão tenha um formato simples e eficiente de apresentar, com transparência, a forma como está realizando a gestão do recurso da turma”, aconselha ele.

 DINO

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