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Projeto BioDossel aponta para a importância das árvores na manutenção da fauna de insetos

O projeto busca responder a seguinte pergunta - quantas espécies de insetos existem em um ponto da floresta?

Projeto BioDossel aponta para a importância das árvores na manutenção da fauna de insetos
(Foto: Larissa Queiroz/INCT BioDossel)

O Projeto BioDossel, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), é o mais recente Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) vinculado ao Instituto, cujo foco é investigar a diversidade de insetos que habitam as copas das árvores. As pesquisas realizados pelo Projeto apontam para a importância das árvores na manutenção da fauna de insetos, a mais diversa no mundo, e também para a necessidade de se preservar a floresta, uma vez que explora a biodiversidade, ainda pouco conhecida, que habita nas copas das árvores.

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Conforme o pesquisador do Inpa e coordenador do BioDossel, José Albertino Rafael, o projeto busca responder a seguinte pergunta – quantas espécies de insetos existem em um ponto da floresta? – uma vez que não existe registro do número de espécies que habitam na copa das árvores. “O mais espetacular é a abundância e a riqueza de espécies que a gente está encontrando no dossel da floresta. Para alguns grupos, 60% do que se coleta no dossel não é encontrado no sub bosque”, comenta.

José Albertino aponta que muitos desses indivíduos são de espécies novas e isso representa um mundo desconhecido dessa fauna, algo que tem causado impacto na comunidade científica. “A gente não sabe qual é o papel desses insetos lá na floresta, o que eles estão fazendo lá? Então, a primeira coisa que nós temos que fazer é avaliar e quantificar essa riqueza, usando a taxonomia integrativa molecular e morfológica e buscar especialistas para analisar os táxons coletados. Os resultados preliminares quantitativos do número de espécimes e do número de espécies tem causado impacto na comunidade científica”, frisa

O diferencial do BioDossel é a nova abordagem de métodos de coleta eficientes e padronizados, a exemplo da estratificação vertical das armadilhas, desenvolvida pelo Inpa, que são armadilhas colocadas em diferentes alturas nas árvores utilizando árvores emergentes – aquelas que crescem acima do dossel florestal – Isso associado à nova metodologia do hotshot para extração de DNA desenvolvida pelo Museum für Naturkunde de Berlim, o Centro para a Descoberta Integrativa da Biodiversidade.

O hotshot e o uso do MinION (dispositivo portátil para sequenciamento de DNA) permite o sequenciamento em larga escala do fragmento de DNA barcode, uma sequência específica de DNA que ajuda na delimitação preliminar de espécies e identificações baseadas em dados moleculares. Essas abordagens buscam responder à pergunta central do projeto.

“O nosso grupo conta com cerca de 400 pesquisadores nacionais e estrangeiros envolvidos no projeto, todos vislumbrando a importância de desenvolvimento desse conhecimento para o mundo e para a comunidade de uma maneira geral”, pontua. “Esses insetos estão intimamente vinculados às árvores e principalmente com o dossel, onde a biomassa é mais abundante e onde eles escolheram para se alimentar, dormir, namorar e terem filhos”, enfatiza.

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Sobre o INCT BioDossel

É um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) que tem como instituição executora do projeto o Inpa. É coordenado pelo pesquisador José Albertino Rafael, e tem como vice-coordenadora a pesquisadora  Rosaly Ale Rocha, ambos do Inpa. O projeto envolve parcerias multi-institucionais e multitaxonômicas para o grupo mais diverso de organismos no planeta, os insetos. O BioDossel é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Fonte: ASCOM/INPA

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