Com mais de 6,4 milhões de casos de dengue registrados em 2024, o Brasil atingiu um recorde histórico, registrando o maior número de infecções pela doença em um único ano.
Endêmico em áreas tropicais e subtropicais do mundo, o vírus da dengue (DENV) é transmitido principalmente pela picada de mosquitos Aedes infectados. O vírus possui quatro sorotipos, e a infecção por um deles oferece apenas imunidade transitória aos outros. Infecções secundárias com um sorotipo diferente podem aumentar o risco de dengue grave. A doença é frequentemente assintomática ou resulta em um quadro leve, mas pode progredir para formas graves, caracterizadas por choque, sangramento intenso ou comprometimento de órgãos.
Como não há atualmente um tratamento específico disponível para a doença, os pacientes são tratados com medidas paliativas de suporte, sendo a mais importante delas o controle da febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias.
“O monitoramento da temperatura durante o surto de dengue no Brasil é crucial para detectar precocemente casos suspeitos e implementar medidas de controle eficazes, salvaguardando vidas e ajudando a prevenir complicações na evolução da doença, além de fornecer informações para o controle epidemiológico“, explica a Dra. Gabriela Gama, pediatra e puericultora.
A Dra. Gabriela Gama compartilha os benefícios do acompanhamento da febre durante o período de infecção:
1. Monitorar a temperatura corporal regularmente pode ajudar a detectar precocemente a presença da doença e evitar complicações potenciais, como a síndrome de choque da dengue, que requer intervenção médica imediata.
2. A febre é um dos indicadores-chave para determinar a gravidade da infecção por dengue, que pode variar de leve a grave. O acompanhamento da febre permite uma avaliação mais precisa da progressão da doença, auxiliando os profissionais de saúde a identificar a possível necessidade de tratamento intensivo ou internação.
3. A febre, além de causar desconforto, pode estar – em casos de dengue – associada a outros sintomas, como dor de cabeça ou dores musculares. O acompanhamento da temperatura auxilia a equipe médica no gerenciamento dos sintomas, bem como na mudança do tratamento nos casos em que a febre persiste por longo período ou aumenta rapidamente de forma inesperada.
É importante lembrar que, ao constatar febre alta acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, é recomendável procurar um médico rapidamente.