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Crédito inteligente dá fôlego a pequenas e médias empresas

Enquanto a burocracia afasta empresários da busca por empréstimos bancários, novas modalidades de linhas de crédito ajudam fornecedores e clientes a crescer e fortalecer suas cadeias produtivas.

Crédito inteligente dá fôlego a pequenas e médias empresas
Crédito inteligente dá fôlego a pequenas e médias empresas

A economia de um país não se sustenta ancorada numa indústria ou em um comércio isoladamente. É preciso que todo ecossistema de empresas – que compõem cadeias produtivas – esteja forte. Para tal, é fundamental que estas companhias estejam munidas de ferramentas e serviços apropriados, principalmente com visão financeira, tornando-se o motor econômico propulsor de uma sociedade. Entre diversos processos e soluções, o crédito é um dos elementos fundamentais para isso..

Um recente levantamento do Serasa Experian estudou a relação entre o acesso às linhas de crédito e as Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Os dados apontam que este é um mercado ainda em expansão no Brasil, uma vez que 89% das PMEs acreditam que, caso venham a solicitar crédito, teriam seus pedidos aprovados.

Contudo, ter acesso a esta facilidade ainda perpassa por algumas dificuldades, principalmente para os negócios menores. “O excesso de burocracia somado às altas taxas de juros e a falta de garantias consistentes são os principais fatores para um acesso super restrito ao crédito e, consequentemente, um dos grandes responsáveis pelo forte endividamento das empresas, principalmente as PMEs”, explica Edson Silva, fundador e presidente do Grupo Neexxes.

Cadeia produtiva: quando uma empresa puxa a outra

Como dito anteriormente, nenhuma empresa funciona sozinha – ela, que ao mesmo tempo é provedora e cliente, está contida num ecossistema de muitas empresas, e até pessoas, que também compram e vendem. A conta é simples de entender: por um lado, todos precisam de fornecedores fortes, competitivos e confiáveis para produzir seus produtos; por outro, todos precisam ter clientes saudáveis, fortes e confiáveis. Entregar seus produtos de acordo com os prazos estabelecidos com seus compradores e receber na data que precisa, diferente da data que seu cliente pode pagar, é uma das principais dores do mercado, que afetam o fluxo de caixa das cadeias produtivas.

Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as cadeias produtivas são formadas por “uma complexa rede de interações entre diversas empresas de diferentes portes, tendo, em geral, as maiores companhias como centro desse relacionamento.”

Essa engrenagem precisa estar sempre bem azeitada a fim de garantir o fluxo de caixa e a saúde financeira de todas as partes envolvidas. Em outras palavras, quando esse ecossistema funciona de forma correta, uma empresa impulsiona a outra. Basta entender que um negócio com fornecedores sólidos e boa saúde financeira tem mais assertividade em suas operações, entregas pontuais e produtos consistentes. 

Contudo, em um mercado que movimenta grandes somas em dinheiro, manter os compromissos em dia não é uma tarefa simples. Para Edson Silva, a burocracia no acesso ao crédito “tem impacto direto nas cadeias produtivas, onde os prazos precisam ser cumpridos e nem sempre o parceiro tem o valor necessário disponível na data desejada para dar vazão na produção ou ampliar a sua capacidade de compra”. 

O crédito inteligente a favor de fornecedores e clientes

Silva destaca que uma cadeia de fornecimento sólida e sustentável “contribui para redução de custos, aumento da eficiência operacional, competitividade, maior qualidade dos produtos e serviços e pode impactar em menores custos de produtos, além de mitigar riscos associados à interrupção do fornecimento”.

Nesse sentido, uma boa gestão financeira e de fluxo de caixa é capaz de dar fôlego e capacidade para que as  empresas não passem por eventuais necessidades e garantam o cumprimento  dos contratos entre fornecedor e cliente.

E o acesso ao crédito é um dos maiores aliados. Ainda, segundo o levantamento do Serasa, nos últimos dois anos, 53% das PMEs recorreram a alguma forma de crédito, sendo o empréstimo e a antecipação de recebíveis as modalidades mais populares.

Os dados, apesar de se demonstrarem positivos, também indicam que 47% das empresas não contrataram nenhum produto de crédito no mesmo período – não porque não precisaram, mas porque não conseguiram. Segundo o estudo, 51% dos entrevistados reclamaram justamente das altas taxas de juros cobradas pelos empréstimos, enquanto outros 26% relataram ter dificuldades com as exigências de garantias feitas pelas instituições bancárias.

Esses números deixam evidentes a necessidade da disponibilização das chamadas linhas de crédito inteligentes que identificam e controlam como as empresas podem obter crédito sem considerar, apenas, os critérios convencionais. 

Uma modalidade, por exemplo, é o chamado empréstimo mercantil, contraído justamente por fornecedores, ancorados em pedidos recebidos e o cadastro de seu comprador.   Segundo um outro estudo do Serasa, o crédito mercantil avançou em 2022, atingindo 39,2% do total de crédito tomado.

Edson Silva explica que o crédito inteligente é simples. Segundo o empresário, trata-se de uma estratégia que monitora o fluxo de caixa e a capacidade de tomada de crédito e pagamento, testada em diversas cadeias produtivas e que já movimenta, por ano, mais de R$ 20 bilhões, com taxas crescentes de 2 para 3 dígitos em alguns setores da economia.

“A antecipação ao fornecedor ou o ajuste de pagamento para a melhor data do comprador, por exemplo, ancoradas no crédito, são uma das facilidades que o novo processo proporciona”,  reitera Silva. 

É o uso inteligente dos dados e o avanço da tecnologia trabalhando a serviço da economia e dos negócios, fornecendo mais crédito com menor risco, menor burocracia e melhor taxa. 

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