A reputação corporativa é mais do que um simples ativo, ela pode ser um elemento fundamental na definição de sucesso ou fracasso de uma empresa. Este foi um dos temas que o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa levou para o Governança 360, nesta segunda-feira, 27 de novembro, o Governança 360. O encontro reuniu associados e não associados do Instituto com o objetivo de debater e aprofundar as discussões sobre governança corporativa, riscos reputacionais e cases de sucesso e fracasso em relação ao assunto, dentre outros.
+ Leia mais notícias no portal Amazônia Sem Fronteira
O painel “Integridade e Ética como Alicerces da Reputação Corporativa” foi uma parceria das comissões de risco, ética na governança e conselhos do futuro do IBGC, teve a mediação de Tânia Magalhães, executiva de Comunicação Corporativa e Riscos Reputacionais, além de membro da comissão de riscos corporativos do IBGC, e contou com a participação de Thyago Mathias, diretor-geral da LLYC Brasil, Priscilla Branco, gerente sênior de Opinião Pública e Reputação Corporativa da Ipsos, e Junia Nogueira de Sá, board member em organizações e empresas e delegada do Women 20/G20 no Brasil.
Durante o evento, Thyago destacou a atuação da LLYC e os estudos realizados pela consultoria sobre o tema e citou o DAS ESG, que teve sua segunda edição com foco em Governança lançada em outubro no mesmo IBGC. O jornalista e advogado ressaltou a ineficácia da posse de selos de certificação sem a prática efetiva de compromisso com princípios éticos, citando casos recentes, como os das vinícolas Salton e Aurora, que mesmo signatárias do Pacto Global e com selo ‘Great Place to Work’, estiveram envolvidas em situações de trabalho escravo.
Os debatedores discutiram a importância da construção de uma reputação sólida e da manutenção da integridade das companhias ao longo do tempo para assegurar a confiança de stakeholders e o sucesso duradouro de qualquer organização. Tânia destacou que “a reputação de uma empresa pode levar anos para ser construída, mas segundos para ser destruída. O risco reputacional está no cerne das preocupações de qualquer empresa que busca manter credibilidade, confiança e posição no mercado”. Priscilla embasou a discussão com dados de pesquisas recentes realizadas pela Ipsos, ressaltando a importância de estabelecer confiança na marca. Na análise, ela reforçou como a reputação pode construir valor presente, mas, também, desempenha um papel fundamental na sustentação e crescimento do negócio a longo prazo.
Para Junia Nogueira de Sá, a reputação não é um bloco monolítico. Segundo ela, a quantidade de prêmios conquistados por uma empresa é apenas um indicador superficial e, por vezes, limitado para avaliar sua reputação real perante seus stakeholders e o mercado. Todos os debatedores concordaram sobre a importância de dados e planos de contingência que sejam capazes de mapear possíveis crises, servindo de base para estratégia comunicacional, preparação de porta-vozes e definição de mensagens-chave específicas para cada stakeholder. Thyago ressaltou que “a comunicação é um elemento transversal que permeia toda a empresa, sendo essencial realizar uma análise completa da operação. Isso inclui a atualização constante da matriz de risco e a habilidade de conduzir uma gestão de crise de forma eficiente.” Para ele, a comunicação com stakeholders é o alicerce na construção da reputação corporativa e erros nessa comunicação podem comprometer a trajetória da companhia junto ao mercado, seus pares e colaboradores.
Uma das conclusões do debate é que a reputação vai além da percepção pública, sendo o reflexo da confiança, integridade e conduta ética de uma organização. É essencial discutir como princípios éticos sólidos e práticas de integridade e transparência alinhadas com a estratégia de cada empresa, moldando a confiança, a credibilidade e determinando a longevidade das organizações no mercado.