O professor da Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB, Felipe de Paula, decidiu realizar um teste em formato de texto livre sobre seu conteúdo ministrado em aula aos seus alunos, envolvendo uma questão motivadora: “como a presença da arte e da comunicação na sociedade contemporânea influencia nossos valores”.
Na dinâmica, remota e com consulta, metade da turma era composta por pessoas em privação de liberdade da unidade prisional de Itabuna e, na hora de corrigir, o professor obteve um resultado que relatou ter sido surpreendente.
“O resultado da turma foi excelente, principalmente das pessoas da unidade prisional, os textos bem elaborados e escritos com muita profundidade e reflexão, um espaço até de desabafo, de demonstrar emoção, afetividade e uma preocupação com a relação que as pessoas estabelecem nessa modernidade que esfria tanto as pessoas em uma realidade mais distanciada pelas mídias”, explicou o professor.
Eduardo Fialho, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Especializadas na Prestação de Serviços em Presídios e em Unidades Socioeducativas – SEMPRE, conta que, “o processo de ressocialização é um caminho crucial para interromper o ciclo de violência criminal. Nas unidades prisionais administradas em regime de cogestão existem exemplos de recuperação, formação e reinserção efetiva dessas pessoas na sociedade, e esses resultados podem e devem ser ampliados”.
“Vale reforçar que a educação é uma oportunidade de traçar uma nova trajetória que possibilita o desenvolvimento, crescimento e a manifestação da intelectualidade, de opiniões e ideias, trazendo uma nova forma de enxergar o mundo”, concluiu Fialho.