Ao alcançar dez milhões de participantes ativos, o sistema de consórcios registrou um recorde histórico em outubro. O total foi 9,5% maior que os 9,18 milhões anotados há um ano, naquele mesmo mês. Com mais de seis décadas de criação, a modalidade vem ampliando sua presença nos vários segmentos da economia, contribuindo para o crescimento de vários setores, e possibilitando a realização de objetivos pessoais e empresariais.
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Paralelamente, de janeiro a outubro, as adesões somaram 3,48 milhões de novos participantes, anotando 6,2% de crescimento sobre as 3,27 milhões comercializadas no mesmo período em 2022. As comercializações movimentaram R$ 260,51 bilhões, 22,5% maior que os R$ 212,70 bilhões anteriores. O volume alcançado evidencia que não há correlação entre a crescente demanda das vendas e a decrescente taxa de juros, 12,25% da Selic, praticada no mercado.
Os créditos concedidos nas contemplações, totalizados de janeiro a outubro deste ano no sistema de consórcios, assinalaram aumento de 21,9% sobre os mesmos meses de 2022. Foram injetados R$ 70,60 bilhões nos diversos segmentos de mercado, onde a modalidade está presente, segundo levantamento da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. Há um ano, a soma era de R$ 57,91 bilhões. Neste mesmo período, o total de consorciados contemplados correspondeu a 1,40 milhão de cotas e ultrapassou em 11,1% a marca de 1,26 milhão, anotada há doze meses.
No período, considerados os seis principais indicadores do Sistema de Consórcios, quatro assinalaram altas nos percentuais das adesões: imóveis, com 18,3%; veículos leves, com 11,5%; motocicletas, com 5,3%, e veículos pesados, com 4,9%. Os dois setores que apresentaram retração foram: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com -56,8%; e serviços, com -25,6%; que, mesmo menores, não interferiram no crescimento geral de 6,2%.
Com o avanço dos consorciados ativos, observou-se aumento no valor do tíquete médio geral, apesar da redução em alguns setores, especialmente em razão de grande número de cotas comercializadas ter apresentado valor abaixo das médias setoriais. O tíquete médio de outubro atingiu R$ 77,56 mil, 19,8% acima dos R$ 64,76 mil constatado naquele mês do ano passado.
Presentes em todos os segmentos da economia brasileira como veículos automotores, que incluem veículos leves, motocicletas e veículos pesados, imóveis, serviços e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, “o recente recorde do sistema de consórcios é justificado pelo aumento de opções feitas pelo consumidor brasileiro que, ao decidir pela compra de bens ou contratação de serviços, planeja seus compromissos mensais dentro do orçamento, administrando com conhecimento suas finanças pessoais”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “As boas performances verificadas nos diversos indicadores são consequência da mudança de postura dos consumidores que, com confiança e credibilidade, têm optado pelo mecanismo, ano após ano, sempre considerando a capacidade financeira para realizar seus objetivos”, complementa Rossi.
Em cada um dos setores, onde o mecanismo está presente, o total de cotas ativas esteve assim distribuída: 43,6% em veículos leves; 27,9% em motocicletas; 16,4% em imóveis; 7,5% em veículos pesados; 2,8% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,8% em serviços.
No cenário vivido no início da indústria automobilística e por ocasião da criação do Sistema de Consórcios, nos primeiros anos da década de 60, a inexistência de linhas de crédito para aquisição dos primeiros automóveis, fez com que o consórcio se tornasse alternativa para o consumidor. Tanto naquela época como atualmente, um dos principais objetivos da modalidade, além daqueles de cada consorciado, tem sido a importância para o planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia onde o consórcio está presente, confirmando sua importante contribuição ao desenvolvimento das diversas ligações produtivas do país.
Após alguns anos, o mecanismo passou a estar em outros setores como, por exemplo, o das duas rodas que, nos dez meses de 2023 as contemplações apontaram a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a potencial presença esteve também em um a cada três veículos leves vendidos no país.
Um outro exemplo de participação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, onde a modalidade marcou quase uma a cada três comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes com destaque especial para utilização no agronegócio.
A forte presença dos consórcios na economia brasileira pode ser comprovada pelos totais de créditos concedidos. Nas liberações acumuladas de janeiro a outubro, o Sistema atingiu 36,6% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 46,3% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 35,1%, no período.
No segmento imobiliário, somente em nove meses deste ano, as contemplações representaram potenciais 14,1% de participação no total de 621,94 mil imóveis financiados, incluindo os consórcios. Aproximadamente um imóvel a cada sete comercializados.
De janeiro a outubro, a economia brasileira voltou suas metas para a continuidade do crescimento econômico, incentivando a reativação de obras paralisadas e aprovação da reforma tributária. O ajustamento de novas medidas aprovadas para controlar a dívida pública, acelerando o processo desinflacionário via arcabouço, vem contando com a expectativa e o esforço para a redução da taxa de juros básica, sempre visando a geração do reaquecimento econômico.
“No passar deste ano, o balanço do Sistema de Consórcios tem apresentado o mesmo ritmo de crescimento”, diz Rossi. “A sequência constante e crescente reafirma que os avanços sobre marcas passadas de adesões, tíquete médio, e consequentemente dos negócios realizados, independente da alta ou da baixa do percentual da taxa de juros, com destaque para os valores concedidos e injetados na economia por ocasião das contemplações, permitem projetar perspectivas otimistas para os últimos dois meses deste ano”, detalha.