A melhoria do cenário e das perspectivas para a economia brasileira estão contribuindo para a elevação das notas de crédito de empresas do país. Isso porque, entre os fatores que costumam ser usados na classificação por agências especializadas, além de critérios relacionados à estratégica e gestão, estão a taxa básica de juros, a estabilidade política e o PIB per capita.
+ Leia mais notícias no portal Amazônia Sem Fronteira
Em junho, a S&P Global Ratings, por exemplo, mudou a perspectiva da nota de crédito do Brasil, de estável para positiva, pela primeira vez desde 2019. Hoje, o grau de investimento do país, na avaliação da agência, é BB- (especulativo). Em julho, outra das principais agências mundiais, a Fitch, foi além e elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, citando avanços macroeconômicos e fiscais acima das expectativas do mercado. Foi o primeiro ajuste da Fitch na nota do país, em cinco anos.
Agora, o movimento está tendo reflexo direto também sobre as empresas brasileiras. Desde a classificação da dívida soberana brasileira, a Fitch deu início a um processo de “recalibragem” de notas de crédito no país e ajustou o rating de ao menos doze instituições financeiras brasileiras, entre elas Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Banco Bradesco. Outras empresas que tiveram o ranking elevado foram Petrobras, Sabesp, Rumo, MRS Logística, Comgás e Ache.
Foi o que aconteceu também, em meados de outubro, com o Banco Master. A instituição, que neste ano entrou para o seleto grupo de bancos classificados no nível S3 pelo Banco Central, teve a nota de crédito elevada de B e BBB-(bra), para B+ e BBB(bra), respectivamente, nas escalas global e local, após lucro recorde de R$ 291 milhões, no primeiro semestre de 2023.
De acordo com a agência, na reavaliação da nota do banco, além da estabilização do perfil financeiro, dos bons patamares de liquidez, da qualidade dos ativos e da rentabilidade, quando comparados aos pares, pesou também na decisão o “ambiente operacional e a recuperação sustentada da economia brasileira, traduzindo-se no desempenho resiliente do setor bancário”.
Segundo Daniel Vorcaro, presidente do Master, a decisão da agência é positiva não apenas para o banco, mas também para seus clientes e para o setor financeiro, na medida em que tende a baratear o acesso ao crédito. “O custo de capital é hoje um dos grandes entraves a um crescimento maior das empresas e tem reflexos sobre a inflação e toda a política implementada pelo Banco Central recentemente”, afirma o banqueiro.
Com recente notícia de que o FMI estima que o Brasil vai se tornar a nona maior economia do mundo já em 2023, Vorcaro afirma que o país tem tudo para entrar em um novo ciclo virtuoso de expansão. “É hora de explorarmos nossa vocação e nosso potencial para sermos um dos países líderes no processo de descarbonização da economia no mundo”, diz.