Muitas pessoas que estão acima do peso têm dúvidas sobre quando realizar uma cirurgia bariátrica e quando buscar outro tipo de tratamento. O Conselho Federal de Medicina e o Ministério da Saúde no Brasil orientam que pacientes acima do peso – seja os que buscam tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por planos de saúde ou particular – devem sempre começar com a consulta com o endocrinologista, profissional clínico habilitado para o tratamento da obesidade.
De acordo com dados da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, um quarto das espécies de plantas e animais está ameaçado de extinção e o Fórum Econômico Mundial calcula que mais da metade do PIB global depende da natureza.
+ Leia mais notícias no portal Amazônia Sem Fronteira
O desenvolvimento sustentável e integrado só é possível a partir do envolvimento da sociedade civil na discussão que, neste caso, deve estar baseada nos interesses e demandas das comunidades e povos amazônicos. Nesse sentido, os Diálogos Amazônicos permitem a participação ativa e propositiva da sociedade civil, que tem a oportunidade de pautar a formulação de novas estratégias para a região.
“Essa agenda também chama atenção para a urgência da preservação do bioma da Amazônia e incentiva a união de esforços rumo à contenção dos efeitos dos impactos causados pela mudança climática no Brasil e no mundo.”, afirma o coordenador de Políticas Socioambientais do IDS, Marcos Woortmann.
“O desenvolvimento sustentável dos oito países amazônicos passa pelo combate ao desmatamento e pela criação de alternativas para geração de emprego e renda, viabilizando a manutenção da floresta em pé. A mensagem é destaque de uma carta aberta enviada pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura as representantes das nações da região, como ministérios e embaixadas”, relata a ambientalista Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios.
Esta carta ressalta a urgência do fortalecimento da rastreabilidade das cadeias produtivas, que ganhou novos contornos após a aprovação de legislações no exterior que proíbem a importação de commodities produzidas em locais com ocorrência de desmatamento. Atacar este problema, segundo a Coalizão, demandará investimentos em tecnologias de rastreamento e o georreferenciamento de diversas commodities, que têm peso expressivo na balança comercial brasileira.
Os presidentes que se reunirão nos dias 8 e 9 de agosto em Belém (PA) na Cúpula Amazônica, 4a Reunião dos Chefes de Estado das Partes do Tratado de Cooperação Amazônica, têm por missão chegar a uma visão comum de desenvolvimento sustentável para os povos que habitam o bioma. Para quase 300 líderes e especialistas de mais de 100 organizações dos nove países da Pan Amazônia, isso não é possível sem colocar a bioeconomia no centro de um novo modelo de desenvolvimento para a região.
Segundo a gerente adjunta para Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da TNC Brasil, Juliana Simões, por abrigar a maior parte da Floresta Amazônica (58%), o Brasil pode ser protagonista na implementação da Cúpula da Amazônia, com ações que estimulem a produção e os negócios sustentáveis na floresta, promovendo assistência técnica específica, valorizando o conhecimento e a cultura dos povos indígenas e comunidades tradicionais, contribuindo para a inovação e verticalização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade, agregando tecnologia, valor e melhorando a renda do campo.
“A floresta amazônica está perigosamente perto de seu ponto de colapso. Em algumas regiões, ela já se degradou. Ainda estamos em tempo de impedir a imensa perda de biodiversidade que isso acarretaria e promover as economias lideradas pelas comunidades que são os atores principais de sua conservação. A próxima década será crucial para a sobrevivência, ou não, da floresta e do modo de vida e cultura de seus povos”, alerta Rachel Biderman, da Conservation International.
“Preservar a Floresta Amazônica é um grande desafio. Manter a biodiversidade da Amazônia e as áreas ricas em carbono depende de proteção e respeito aos ecossistemas”, conclui Vininha F. Carvalho.
Dados do Ministério da Saúde, obtidos em um levantamento inédito, apontam que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil. O número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 863.086 pessoas no ano passado, 4,07% a mais do que em 2019, quando 407.589 pessoas foram diagnosticadas com obesidade grau III.
Ao todo, 21,2 milhões de brasileiros participaram da tabulação do sistema de vigilância alimentar e nutricional, provenientes do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). A pesquisa – realizada por abrangência, região de cobertura, fase da vida, sexo, raça/cor, origem do registro, entre outras – está disponível por município, região e regional de saúde, para todo o Brasil.
A médica endocrinologista do Eco Medical Center, Paola Wyatt Brock, lembra que a obesidade é considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é o resultado final de um desequilíbrio entre o consumo e o gasto calórico. “O tratamento da patologia é muito mais difícil do que acredita o senso comum. Além de dieta e exercícios, o endocrinologista avaliará os danos da obesidade sobre o corpo e poderá indicar a prescrição de medicamentos, cirurgia bariátrica quando necessário e de manter um acompanhamento com nutricionista, psicólogo e educador físico para melhores resultados”, ressalta a médica.
Segundo ela, atualmente uma nova classe de medicamentos está revolucionando o tratamento da obesidade, com poucos efeitos indesejáveis. “Essas drogas mimetizam hormônios classificados como incretinas que têm entre suas ações a redução do apetite e das taxas de glicose no sangue”, explica a médica. No entanto, ela alerta para o fato de que – por alguns medicamentos estarem sendo vendidos sem receita – acabam sendo usados, sem orientação e acompanhamento, o que também pode trazer riscos. “É preciso ficar atento para que poucos quilos a mais não acarretem em outros problemas maiores para o organismo”, alerta a médica.
Cirurgia Bariátrica e a importância da equipe integrada
Outro tratamento eficaz para a obesidade grave é a cirurgia bariátrica e metabólica, também conhecida como cirurgia da obesidade, gastroplastia ou redução de estômago. Diante do crescimento da obesidade no Brasil, o procedimento tem sido uma solução muito procurada e indicada para conter doenças graves associadas à obesidade. No entanto, realizar o procedimento com uma equipe integrada – preferencialmente em um só lugar – é fundamental para o sucesso no pré, no pós-operatório e também para o acompanhamento do paciente.
No serviço de cirurgia bariátrica do Eco Medical Center, em Curitiba, por exemplo, o paciente pode realizar exames laboratoriais, de imagem e endoscopia, suporte de psicólogos, endocrinologistas, nutricionistas, cardiologistas e fisioterapeutas para acompanhamento, além de gastroenterologistas e cirurgiões do aparelho digestivo para realização do procedimento.
A indicação da cirurgia bariátrica é para pacientes com IMC acima de 35kg/m2 e comorbidades com alto risco cardiovascular, apneia do sono, doenças articulares degenerativas ou outras que não tenham tido sucesso no tratamento clínico. O destaque é a indicação da cirurgia para pacientes com IMC abaixo de 35kg/m2, mas com diabetes tipo 2 mal controlada, chamada de cirurgia metabólica (pois o objetivo principal é o controle do diabetes). “Ao todo são cerca de 21 doenças que possuem recomendação para a cirurgia, além do Índice de Massa Corporal (IMC) elevado, entre elas, dores nas articulações, depressão, cardiopatias, diabetes, hipertensão e outras”, informa o Cirurgião Bariátrico do Eco Medical Center, Luis Gustavo Cortiano, que atua de forma integrada com os cirurgiões José Sampaio e André G. Weiss.
Como é realizada a cirurgia bariátrica
A cirurgia bariátrica é um dos principais tratamentos para a obesidade severa ou mórbida e pode ser realizada por meio de diferentes técnicas cirúrgicas, sendo o bypass gástrico e a gastrectomia vertical as mais utilizadas, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Um dos grandes diferenciais está nas cirurgias realizadas por videolaparoscopia ou cirurgia robótica (técnicas minimamente invasivas). Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente. Na videolaparoscopia e cirurgia robótica são feitas de quatro a sete mini incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. “No entanto, a cirurgia não é uma vacina para a obesidade. É importante que o paciente saiba que ele deverá ter um acompanhamento multidisciplinar antes e depois de todo o processo. Aqui no Eco Medical Center, por exemplo, atuamos em conjunto com endocrinologista, nutricionistas e equipe de cirurgia bariátrica, o que traz melhores resultados para a mudança de vida necessária para o paciente com obesidade grave”, ressalta Cortiano.
Reeducação alimentar
A necessidade do envolvimento de diferentes especialidades para a realização da cirurgia bariátrica se dá porque o paciente passa por uma imensa alteração de rotina alimentar e corporal. Essas mudanças exigem muita disciplina e conhecimento sobre o próprio corpo e uma boa dose de autocuidado.
A nutricionista, Marília Zaparolli, conta que a pessoa operada passa por uma redução de estômago que diminui em cerca de cinco vezes sua capacidade de ingestão.
“Além disso, os primeiros dias são muito desafiadores até que a pessoa consiga conciliar nutrição e hidratação. O paciente passa a tomar água em porções menores, repetidas vezes ao longo do dia. Já quanto à alimentação, ela também chega líquida nos primeiros 15 dias, até passar para a pastosa ou branda. E só depois da liberação médica é que o paciente volta a se alimentar de produtos sólidos”, conclui a nutricionista.