Nos últimos anos, muito se discute sobre o conceito de ensino bilíngue dentro do sistema educacional brasileiro. Com raras exceções e até pouco tempo, o ensino de línguas estrangeiras, particularmente da língua inglesa, era restrito a poucas horas semanais na grade das escolas regulares ou em curso de idiomas paralelo. Essa realidade mudou em 2020, quando o MEC (Ministério da Educação e Cultura) publicou as diretrizes curriculares nacionais para a oferta de Educação Plurilíngue no Brasil.
O documento foi elaborado pelo CNE (Conselho Nacional de Educação) e aborda desde a carga horária até a formação necessária para atuar nessas instituições de ensino. Um artigo sobre a evolução da educação bilíngue pós-pandemia publicada no Estado de Minas mostrou que, em 2021, o MEC apontou que existem 184 mil unidades de ensino no Brasil – 21% desse total, cerca de 40 mil, correspondem ao número de escolas privadas, e 3%, ou 1,2 mil dessas entidades particulares, oferecem algum programa de ensino bilíngue.
Para o pedagogo Stefano Parziale, a habilidade de comunicação é fundamental para os indivíduos, visto que somos seres sociais. Ele explica que em um mundo globalizado, a sociabilidade dos indivíduos não envolve somente o domínio da língua materna, mas também a possibilidade de estabelecer contato com pessoas que falam outros idiomas e realizar trocas culturais ou comerciais significativas. Nesse contexto, a educação bilíngue ganha destaque.
Segundo a ABEBI (Associação Brasileira do Ensino Bilíngue), houve um aumento entre 6% e 10% no número de escolas particulares deste segmento nos últimos seis anos no país. O ensino bilíngue se propõe a familiarizar as crianças com um outro idioma desde os primeiros anos de vida, afirma Parziale. Segundo ele, essa proposta tem uma série de vantagens que se manifestam não só nas oportunidades profissionais da vida adulta, mas no próprio desenvolvimento cognitivo dos estudantes.
O ensino bilíngue na prática
O pedagogo Stefano Parziale, da Escola Universo, explicou como se dá a conciliação das duas línguas no ensino, pontuando que as aulas em inglês acontecem diariamente e em paralelo ao ensino regular em português. “Além das aulas interativas, utilizamos algumas ferramentas que potencializam o ensino bilíngue. Por meio da tecnologia, é possível apresentar o conteúdo aos alunos de forma lúdica e interativa, sendo uma das mais importantes estratégias em educação bilíngue”, diz.
Entre dois e quatro anos de idade, o cérebro da criança é mais plástico, ou seja, se adapta melhor à aprendizagem, inclusive de idiomas, comenta o pedagogo. “Isso se deve à mielinização progressiva do circuito neural, o que faz com que esse fator biológico permita que a influência do ambiente sobre o desenvolvimento do cérebro seja mais forte na infância”, explica Parziale.
Nesse contexto, os pais devem atuar dentro de casa com a criança. Entre as dicas, o pedagogo sugere que os responsáveis comecem pelo exemplo, recomendem filmes universais, estimulem produções culturais e compreendam as limitações de seus filhos. “É estatisticamente comprovado que a maior participação dos pais favorece o ensino bilíngue”, afirma o especialista em educação.
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