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Registradores de impacto evitam perdas de milhões no setor elétrico

Dispositivos detectaram que um buraco de rua em Santos causava mau funcionamento de pás eólicas importadas por empresa nos Estados Unidos

Registradores de impacto evitam perdas de milhões no setor elétrico
Registradores de impacto evitam perdas de milhões no setor elétrico

O Brasil atingiu a pior condição de estradas em quase 30 anos. De acordo com pesquisa realizada em 2022 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 66% das rodovias foram classificadas como regulares, ruins ou péssimas em termos de pavimento. Este foi o pior resultado desde que o levantamento anual começou a ser feito, em 1995.

Entre os segmentos mais impactados pela má condição das estradas está o setor elétrico, que precisa transportar equipamentos sensíveis e de alto valor. No Nordeste brasileiro, por exemplo, uma fabricante de pás eólicas precisa fazer desvios de até 300 quilômetros em suas rotas para preservar a integridade destes componentes, cujo valor unitário pode variar de US$ 100 mil a US$ 500 mil.

Para reduzir os riscos de danos em cargas sensíveis e de alto valor, algumas empresas do setor elétrico têm implantado registradores de impacto em seus equipamentos durante as operações de movimentação ou transporte. Este dispositivo grava as condições em que a carga é transportada ao longo de todo o trajeto, ajudando o embarcador a identificar o ponto exato que pode danificar sua carga.

Foi o que ocorreu com uma geradora de energia dos Estados Unidos, que importa pás eólicas do Brasil. Há alguns anos, a empresa norte-americana notou que os componentes fabricados no interior de São Paulo não estavam chegando em perfeitas condições ao destino e pediu uma completa revisão da operação logística.

Verificou-se que o produto era transportado com o máximo cuidado, com o veículo em baixa velocidade para evitar trepidações, que podem danificar a estrutura. Então, o importador decidiu aplicar um registrador de impactos em cada pá. E foi ele quem apontou o vilão da história: um simples buraco de rua na cidade de Santos. Toda vez que a carreta passava pelo buraco, aparentemente inofensivo, a pequena trepidação era suficiente para alterar o funcionamento do produto recebido nos Estados Unidos. Buraco tapado, problema resolvido.

Transformadores garantidos

Outro caso ocorreu com uma grande fabricante de transformadores. A empresa precisava movimentar dois equipamentos de 160 toneladas cada para um serviço de manutenção. A distância era curta – apenas 10 metros – mas a operação não poderia ter vibrações ou impactos, o que afetaria a energização dos componentes.

Registradores de impacto foram instalados nos dois transformadores e monitoraram toda a movimentação, minuto a minuto, inclusive medindo os vetores de força que incidiram sobre três eixos. A operação foi concluída de forma segura e sem danos aos componentes.

“O planejamento logístico é crucial para os fabricantes de equipamentos de geração, transmissão ou distribuição de energia, ainda mais em um país como Brasil, de grande extensão e rodovias em más condições. Esses dispositivos que monitoram as operações ajudam a corrigir eventuais problemas nas rotas ou na movimentação dos produtos, evitando perdas que poderiam chegar a milhões de reais. Além dos danos em componentes de alto valor, as empresas deste setor estão sujeitas a multas elevadas em caso de atrasos na entrega de obras e no fornecimento de energia”, diz Afonso Moreira, diretor da AHM Solution, empresa especializada em soluções de segurança e produtividade em logística, entre eles os registradores de impacto, conhecidos como Shocklog.

A AHM Solution tem aplicado esses e outros dispositivos em empresas de diversos segmentos na América do Sul, além de treinar equipes para o manuseio correto de produtos, com o objetivo de reduzir danos em cargas.

Mais informações em: https://www.ahmsolution.com.br/

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