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Alimentação correta é essencial na cicatrização da tatuagem

Seja referente à alimentação correta, a poder ou não ser doador de sangue ou até mesmo se gestante pode ou não se tatuar, fato é que as tatuagens acabam por criar alguns mitos que são comumente difundidos.

Alimentação correta é essencial na cicatrização da tatuagem
Alimentação correta é essencial na cicatrização da tatuagem

As tatuagens são um fenômeno cultural que marca as mais variadas populações, com início até mesmo desconhecido, visto que alguns corpos mumificados apresentam vestígios que podem ser das primeiras tatuagens. Com o passar do tempo, a prática foi se popularizando entre os países pelo mundo, como no final do século XX, no Brasil.

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Conforme as tatuagens foram ficando ainda mais comuns, algumas informações sobre o processo de cicatrização e o que deve ou não ser feito enquanto o corpo se acostuma com a tinta, foram se tornando padronizadas, virando um senso comum. Entretanto, muitas vezes essas informações estão simplesmente erradas ou incompletas, fazendo com que algumas noções ficassem distorcidas. Por conta disso, é comum ouvir que não se pode doar sangue, não se pode fazer uma tatuagem estando grávida, que há alimentos que não são recomendáveis durante a cicatrização, entre outros.

Para saber quais desses fatos estão realmente corretos, é necessário que haja uma explicação de alguém ligado à área, como dermatologistas e tatuadores profissionais para que se possa compreender os mitos e verdades do que se conhece popularmente sobre tatuagens.

  • Alimentação: como uma tatuagem também passa por um processo de cicatrização, pode-se observar esse momento, para o corpo, como o de uma pequena cirurgia. Nesse caso, algumas comidas têm valor crucial para que o corpo reaja bem a essa nova mudança, enquanto outras podem prejudicar, por terem efeito oposto. Dentre as que prejudicam, muito se fala das carnes e do chocolate.

De acordo com Daniel Couto, proprietário do estúdio ITattooClub, “para ser mais exato, as comidas que afetam a cicatrização no corpo são as chamadas de ‘alimentos remosos’, que possuem uma grande quantidade de gordura hidrogenada, açúcar, sal e óleos refinados, tendo propriedades inflamatórias”.

Desse tipo de alimento, pode-se destacar o camarão, o refrigerante, bebidas alcoólicas, comidas processadas, como a salsicha, salame, mortadela, macarrão instantâneo, e os já mencionados chocolate e carne. Na questão da carne, a suína e o hambúrguer são os que mais afetam, enquanto o chocolate está acompanhado de doces, bolos e biscoitos recheados. Frituras em geral também devem ser evitadas.

Porém, existem alimentos que acabam por ajudar nesse processo, por suas propriedades naturais, cada uma em uma parte da recuperação do corpo. Comidas ricas em vitamina K, proteínas e aminoácidos ajudam na fase inflamatória, onde começa a coagulação e a migração celular. Na fase onde há o desenvolvimento das células epiteliais e fibroblasto, alimentos ricos em vitamina C, ferro, zinco e proteínas são os mais indicados, enquanto os ricos em carboidratos, vitaminas e proteínas auxiliam na fase de maturação, estabilização da síntese e degradação do colágeno.

Nominalmente, as principais comidas para a cicatrização pós tatuagem são: cenoura; batata; beterraba; frutas cítricas, morango, agrião; couve; brócolis; salmão; sardinha; castanhas; nozes.

  • Transfusão de sangue: essa é uma das dúvidas e questões que mais aparecem quando se fala de tatuagem. A princípio, o conhecimento padrão sugere que uma pessoa com tatuagem não possa mais fazer uma doação de sangue, ou mesmo uma transfusão. Porém, essa é uma meia verdade. Alguém que tenha se tatuado recentemente não pode fazer essas coisas, de fato, mas somente no período de um ano. Depois desse tempo, não há qualquer contraindicação para quem possui tatuagens, não importando o número delas no corpo, contanto que respeite esse prazo. Segundo Daniel, esse período existe “apenas por precaução, para o caso do tatuador não ter respeitado a assepsia, causando um risco de contaminação por hepatite ou HIV em seu cliente”.
  • Bebidas alcoólicas: quanto ao álcool, o ato de ingeri-lo antes da tatuagem é responsável por dois boatos amplamente difundidos. Entretanto, somente um deles é verdadeiro.

O que não procede é sobre sua ação sobre as tintas do desenho. É dado a ele (álcool) a culpa por elas desbotarem, fazendo com que o resultado não seja tão bom quanto o esperado. Porém, “não há nenhum argumento ou dado que possa comprovar esse comportamento do corpo humano à junção de tatuagem e bebida alcóolica”, relata Daniel.

  • Diabéticos: pessoas com diabetes tendem a ter mais problemas quando o assunto é tatuagem. Como foi dito na questão da alimentação, a cicatrização de uma tatuagem se assemelha, para o corpo, à cicatrização em uma cirurgia pequena. Portanto, a doença afeta ambos os casos, pelo descontrole da glicemia, dificultando para o corpo o processo de estancar o sangramento.

Por isso, enquanto as taxas glicêmicas estiverem anormais, é estritamente proibido a realização de uma tatuagem, sendo liberado, somente, se tudo estiver sob controle, já com a atuação de um medicamento.

  • Gestantes: outro ponto de dúvida é sobre a possibilidade de gestantes poderem fazer tatuagens sem problemas. Porém, por risco de infecções (de qualquer origem), o recomendado é que se espere um pouco até se realizar o procedimento. O motivo é para a proteção do feto, visto que uma infecção gerada pela tatuagem poderia afetar o desenvolvimento da criança.

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