Amazônia Sem Fronteira

Notícias Corporativas

Como é feito o diagnóstico em pessoas com TDAH ou TEA

Especialista comenta o que são os dois transtornos e quais são comportamentos e sintomas que podem diagnosticar um paciente

Como é feito o diagnóstico em pessoas com TDAH ou TEA
Como é feito o diagnóstico em pessoas com TDAH ou TEA

O diagnóstico do TEA (Transtorno do Espectro Autista) e do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) envolve avaliações em vários aspectos do desenvolvimento cognitivo, comportamental e social de cada paciente. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 70 milhões de pessoas têm TEA no mundo, sendo cerca de 2 milhões no Brasil. Estima-se que uma em cada 160 crianças no mundo apresentem o TEA, entretanto, a prevalência pode variar muito entre os estudos.

+ Leia mais notícias no portal Amazônia Sem Fronteira

A Portaria Conjunta nº 14/2022 e nº 7/2022 do Ministério da Saúde e da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, aprovou, no ano passado, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para TDAH e no comportamento agressivo no TEA, respectivamente. Segundo a OMS, cerca de 4% da população mundial adulta convive com o transtorno de déficit de atenção, um dos sintomas do TDAH. No Brasil, são 3 milhões de adultos com a condição.

Para o diagnóstico do autismo, geralmente é realizada uma avaliação detalhada do histórico médico, desenvolvimento infantil e comportamento da pessoa, comenta a Dra. Jessica Cavalcante, especialista em neurodesenvolvimento e diretora do Instituto Neuro. Além disso, são realizados testes de confiança que avaliam habilidades sociais, comunicação, comportamento repetitivo e interesses restritos.

Já o diagnóstico de TDAH envolve a avaliação da presença de sintomas como desatenção, hiperatividade e impulsividade, que estão presentes em diferentes contextos, como em casa e na escola. “É importante avaliar o impacto desses sintomas no funcionamento geral da pessoa”, destaca a especialista.

O diagnóstico de TDAH e TEA é feito com base em critérios estabelecidos pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e pode envolver a utilização de sessões, entrevistas e observação clínica, no caso de TDAH, e incluir prejuízos registrados na comunicação social, comportamentos repetitivos e estereotipados, além de benefícios na flexibilidade cognitiva e adaptabilidade no TEA.

Os sintomas comportamentais do TDAH e TEA

De acordo com a Dra. Jessica Cavalcante, os sintomas do autismo e do TDAH podem variar bastante de pessoa para pessoa, mas existem alguns sinais que podem indicar a presença desses transtornos. Ela ressalta que nem todas as pessoas com TEA e TDAH apresentam todos os sintomas anteriores. “Alguns dos sintomas também podem ser observados em pessoas que não têm esses transtornos”, explica.

No caso do autismo, os sintomas podem incluir: dificuldade em estabelecer socialmente comportamentos pretendidos, como por exemplo, fazer contato visual, responder a estímulos sociais e iniciar ou manter conversas. Além de comportamentos repetitivos e restritos, como movimentos estereotipados, fixação em rotinas e interesses restritos, e também na comunicação verbal e não-verbal, incluindo atraso no desenvolvimento da fala, em entender figuras de linguagem e expressar emoções de forma adequada.

Já no caso do TDAH, os sintomas podem incluir a desatenção, que é a dificuldade em manter o foco e a concentração, e em seguir as instruções, além da hiperatividade, como por exemplo, a inquietação, quando o paciente não consegue ficar parado ou sentado por muito tempo. E também, a impulsividade, em agir sem pensar nas consequências, dificuldade em esperar a sua vez.

A diretora do Instituto Neuro ressalta que o diagnóstico de autismo e TDAH deve ser feito por um profissional capacitado e experiente em neurodesenvolvimento, que possa avaliar cuidadosamente todos os aspectos do funcionamento da pessoa e diferenciar esses transtornos de outras condições que podem apresentar sintomas semelhantes. Além disso, o tratamento adequado e eficaz desses transtornos também depende de um diagnóstico preciso e cuidadoso.

Mais Notícias