Amazônia Sem Fronteira

Notícias Corporativas

Wiser faz aporte na MedCof, edtech de preparação para prova de residência médica

Holding, que inclui marcas como Wise Up, Conquer e Vende-C fechou 2022 com faturamento superior a R$ 500 milhões

A Wiser Educação anunciou a incorporação de uma nova marca ao seu portfólio de edtechs. O curso preparatório para os processos de residência e titulação médica MedCof recebeu um aporte minoritário com condições predeterminadas para a futura aquisição de 100% da companhia.

Agora, além da MedCof, o hub de edtechs da companhia inclui: a plataforma de ensino de idiomas Wise Up; a escola de empreendedorismo meuSucesso.com; o Vende-C, especializado em cursos de vendas e o Performan-C, com cursos para o aumento da produtividade e competências; a Conquer Business School, escola de negócios da nova economia; a Aprova Total, preparatória para o ENEM e vestibulares; a Eu Militar, curso preparatório para concursos militares, e a editora Buzz. Em 2022, a Wiser Educação alcançou um faturamento de aproximadamente R$ 500 milhões.

+ Leia mais notícias no portal Amazônia Sem Fronteira

“Com a Medcof, a Wiser torna-se um hub de edtechs ainda mais completo. Contávamos com operações nas áreas de soft skills, vendas, preparatórios para o Enem e concursos e ensino de idiomas, mas ainda não tínhamos um braço na área médica”, afirma Flávio Augusto da Silva, CEO da Wiser Educação.

A partir da entrada na holding Wiser Educação, a MedCof pretende ampliar sua esteira de cursos, abraçando novas áreas na educação médica. “Capitanear o braço de saúde da Wiser é uma oportunidade ímpar para continuarmos impactando cada vez mais vidas”, comenta Augusto Coelho, um dos fundadores da MedCof. “Sabemos que temos um mercado muito relevante para conquistar, e a Wiser nos apoiará para acelerarmos nossa base de clientes nos atuais e novos produtos que serão oferecidos.”

Segundo o Chief Strategy Officer da Wiser Educação, Carlos Lazar, a holding continua mirando novas oportunidades de negócios e mantém conversas ativas com edtechs de diferentes portes e verticais do conhecimento. “O foco está em plataformas de conteúdos não regulados e que tenham impacto na empregabilidade e no desenvolvimento pessoal”, explica Lazar.

“Temos visto empreendedores brilhantes que conseguiram criar marcas sólidas mesmo em um período muito desafiador”, completa Flávio Augusto. “Podemos contribuir muito para a aceleração do crescimento dessas edtechs oferecendo toda a nossa expertise em tecnologia, gestão e vendas, entre outros.”

Durante a transação, a Wiser recebeu assessoria da Singular Partners e da Andrade Minto Advogados. Já a Medcof contou com a JK Capital e Lobo de Rizzo.

Método importado e resultados incontestáveis

Fundada em 2019 por três médicos recém-formados, Augusto Coelho, Felipe Fernandes e Matheus Meireles — hoje há uma quarta sócia, Elisa Coelho — a MedCof tem como professores mais de 70 médicos superespecialistas que abrangem todas as especialidades, todos ligados a instituições renomadas, como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Com cerca de 11,5 mil alunos em 2022, a empresa fechou o ano com um faturamento de R$ 22 milhões, mais do que o dobro do registrado em 2021 (R$ 10 milhões).

Graças à sua metodologia de estudos, a MedCof passou a destacar-se dos concorrentes com elevadíssimos níveis de aprovação. Em 2022, os alunos da plataforma obtiveram nada menos do que 100% das vagas em 16 residências Brasil afora, e responderam por 50% das vagas em outras 48 residências. No total, conquistaram o primeiro lugar em 85 processos seletivos para residência médica.

O método MedCof surgiu quando Coelho partiu em busca de uma experiência acadêmica nos Estados Unidos, país que possui o programa de residência mais concorrido do mundo. Por lá, o curso que mais contribui para o aumento das notas no USMLE (a “residência médica” norte-americana) era um programa de estudos curto, com um banco com 2 mil questões autorais, extremamente bem comentadas por especialistas, sem nenhuma apostila, algo completamente diferente do que existia no Brasil.

Durante um intercâmbio na Universidade de Harvard, Coelho descobriu que, para os estudantes que pretendiam ingressar no USMLE, bastava finalizar o curso e repeti-lo ao longo do ano. “Eles tinham um método de preparação muito avançado”, comenta Coelho. “Considerando a forma de apresentação do material, estavam pelo menos dez anos à frente do que se fazia no Brasil, com um banco de questões hipercalibrado.”

Após retornar ao Brasil, às vésperas da sua própria prova de residência, ele se reuniu com os dois amigos e futuros sócios, e o trio decidiu não usar o cursinho tradicional em sua preparação. Resultado: os três foram aprovados, sem precisarem ler uma única página de apostila. Coelho tornou-se residente de cirurgia de uma das maiores instituições da América Latina, a USP.

O novo vestibular de medicina

O estudo Demografia Médica do Brasil, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da USP, indica que o país tem 500 mil médicos, uma relação de 2,4 para cada grupo de mil habitantes.

Os números, porém, não se traduzem em maior acesso aos serviços médicos por parte da população. Há um enorme desequilíbrio entre as regiões mais ricas e mais pobres do país. Para completar, significam uma imensa concorrência para os profissionais que pretendem fazer residência médica.

Nos melhores hospitais e nos mais concorridos editais para concursos, um dos requisitos para contratação de médicos é o RQE (Registro de Qualificação de Especialidade), obtido por profissionais com residência médica ou título de especialista emitido pela Associação Médica Brasileira (AMB), o que exclui os programas de pós-graduação registrados no Ministério da Educação (MEC). Com isso, 70% dos médicos do país, cerca de 350 mil profissionais, são impossibilitados de se candidatar a essas vagas.

“O médico tende a achar que o vestibular é o ápice da concorrência que vai enfrentar”, comenta Felipe Fernandes, que passou no vestibular da USP, o mais concorrido do Brasil, mas depois da graduação se viu diante de uma situação inesperada. “Assim que me formei, não conseguia emprego nem em São Paulo. Ali, vi que não estava fácil para os recém-formados. Hoje, digo que o novo vestibular do médico é a seleção para a residência.”

Mais Notícias

Exit mobile version