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Relatório revela que DPOC causa perda de 68 milhões de dias de trabalho

Relatório divulgado pela Firjan SESI diz que pacientes com DPOC encontram dificuldades para agendar consultas e não têm acesso a tratamento

Relatório revela que DPOC causa perda de 68 milhões de dias de trabalho
Relatório revela que DPOC causa perda de 68 milhões de dias de trabalho

Um estudo divulgado pela Firjan SESI revela que, de janeiro de 2017 a dezembro de 2021, 68.256.505 dias de trabalho foram perdidos devido à DPOC. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela redução do fluxo de ar para os pulmões. De caráter progressivo, ela tem uma idade média de início dos sintomas por volta dos 40 anos e reduz consideravelmente a autonomia da pessoa.

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Dados estimados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia apontam que sete milhões de pessoas sofrem com DPOC no Brasil. Apenas 12% dos casos são diagnosticados e 18% destes seguem com tratamento. Entre 2017 e 2021, mais de 510 mil pessoas foram internadas por causa da doença. O estudo realizado pela Firjan SESI ouviu pacientes que têm dificuldades para agendar consultas e não conseguem, muitas vezes, ter acesso a tratamento medicamentoso.

“Sabemos que uma das principais causas é o tabagismo, que é também uma condição crônica importante – nicotina é a substância que causa a dependência – e começar a transversalizar o tema com as campanhas de enfrentamento do problema no Brasil, disponibilizando informação, assistência e medicamentos para apoiar as pessoas a pararem de fumar”, afirma Sandra Marques, coordenadora Estadual do Programa Nacional de Controle do Tabagismo de São Paulo.

A integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Respiratória na Atenção Primária à Saúde da Faculdade de Medicina do ABC ressalta que cerca de 85% a 90% das mortes em DPOC são ocasionadas pelo uso de tabaco. “Além disso, temos questões sociais e ambientais importantes como o tabagismo passivo, a queima de biomassa, poluição e fatores ocupacionais”, acrescenta.

Outra situação preocupante é o aumento no consumo de cigarros eletrônicos no país. “Os cigarros eletrônicos também têm, em sua composição, vários agentes cancerígenos, irritantes e que podem causar injúrias pulmonares e fibrose pulmonar. Consideramos também um tipo de nicotina salinizada, que contém ácido benzóico, e que acaba tendo um grande potencial de tornar a pessoa dependente mais rapidamente. Cigarros eletrônicos são a porta de entrada para o uso dual, com uso de outras substâncias ilícitas”, enfatiza Sandra Marques.

Sobre os custos totais dos serviços de saúde, que englobam internações e hospitalizações, quatro estados se destacam na série histórica com maiores custos: Rio Grande do Norte, Piauí, Rio Grande do Sul e Rondônia. Juntos, estes estados somam quase 60% dos valores totais despendidos para a doença no Brasil. Em muitos desses lugares, faltam médicos especializados também para o atendimento.

“A falta de recursos humanos é um problema recorrente nos serviços públicos e com a alta rotatividade dos profissionais de saúde com pouca expectativa de carreira e salários baixos, temos uma dificuldade em ofertar diagnóstico precoce destas patologias”, considera a coordenadora Estadual do Programa Nacional de Controle do Tabagismo de São Paulo.

Sandra Marques sugere estratégias como o diagnóstico situacional, planejamento, qualificação de profissionais de saúde e agentes comunitários para minimizar o problema.

Além disso, a consultora da CDD enfatiza a importância de maior acesso à informação do usuário do SUS para um autocuidado apoiado. “O tabagismo, entre outras drogas, sempre teve seu impacto minimizado por crenças estimuladas e reforçadas pelo marketing da indústria e que devem ser desconstruídas. Quanto aos outros fatores de risco, um planejamento adequado seria de grande valia. E informar que o SUS oferece tratamento gratuito incluindo a equipe multiprofissional e medicamentos”, conclui.

*Conteúdo publicado originalmente em: https://cdd.org.br/noticias/relatorio-dpoc/

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