O carnaval é considerado um dos feriados mais longos do Brasil e, consequentemente, por ser uma data comemorativa com diversas programações especiais, muitos carnavalescos exageram no consumo de álcool, o que pode trazer graves consequências a sua saúde, como, por exemplo, o desencadeamento da gastrite alcoólica – inflamação da mucosa interna do estômago e que pode provocar dor intensa, azia, mal-estar, queimação, sangue no vômito e, até mesmo, lesão no esôfago.
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De acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), cerca de 70% da população é acometida pela gastrite, que pode ser aguda, inflamação repentina e acentuada, ou crônica, que perdura por meses ou anos. A doença, que tem cura e pode ser tratada de forma eficaz, é ocasionada também por outros fatores, como o uso prolongado de ácido acetilsalicílico, de anti-inflamatórios e o tabagismo, entre outros, ou pela bactéria H.Pylori – esta última sendo uma das principais causas.
Segundo o gastroenterologista Dr. James Ramalho Marinho, sócio-titular da FBG e professor adjunto da disciplina de infectologia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL, a gastrite alcoólica pode determinar também outras consequências no sistema gastrointestinal: “Os vômitos contínuos causados pelo alcoolismo podem provocar lesões erosivas no esôfago, resultando em um quadro de dor no tórax e vômitos com a presença de sangue, o que denomina-se“Síndrome de Mallory-Weiss”, alerta o especialista.
A depender da gravidade, a gastrite pode acometer a mucosa estomacal inteira ou apenas parte dela.A condição pode, inclusive, dar origem a uma inflamação mais intensa, com destruição do tecido do estômago, chamada de gastrite erosiva ou até evoluir para úlcera – ferida que surge na parede do estômago e que pode provocar dor abdominal, sensação de queimação, enjoos, vômitos, entre outros sintomas.
Para evitar que o folião tenha graves consequências após o Carnaval, o gastroenterologista dá algumas dicas importantes para este período de festa: “Manter uma boa alimentação, beber muita água, evitar o consumo de álcool com o estômago vazio, além de se preocupar com a higienização dos alimentos, são fatores fundamentais para evitar problemas futuros. Por isso, a importância da realização do check-up”, afirma.
Diagnóstico e tratamento
Diante dos sintomas que sugerem uma gastrite, como os citados anteriormente, é indicada uma endoscopia digestiva alta com coleta de biópsias de tecido gástrico para análise histopatológica, no intuito da confirmação diagnóstica. O tratamento para a gastrite deve ser orientado sempre por um médico, o que pode incluir, por exemplo, o uso de remédios para inibir ou neutralizar o ácido produzido no estômago.
*Este texto não substitui uma consulta médica. Em caso de dúvidas, procurar um profissional de saúde.