O município de Benjamin Constant, localizado na tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia), foi o primeiro a ser afetado pela estiagem e vazante extrema dos rios Javari e Solimões. Os fenômenos naturais fizeram com que a prefeitura declarasse situação de emergência no último dia 3 de agosto. É que a seca alterou, drasticamente, o tempo de viagem de barco de Manaus até aquela localidade. Agora, o percurso que antes era feito em 20 dias está sendo concluído em até um mês. Com isso, as balsas da Amazonas Energia, que levam o combustível para manter a termoelétrica em funcionamento, estão demorando mais para chegar com o insumo.
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Mensalmente, a Amazonas Energia abastece as termoelétricas das localidades de Auxiliadora, Axinim, Sucunduri, Itapiranga, Rio Preto da Eva, Silves, Camaruã e Jacaré com até 3.519.000 litros de diesel, quantidade suficiente para gerar energia durante esse período e atender a população. “A concessionária leva o diesel de Manaus porque o custo é menor. Se fosse adquiri-lo nas cidades próximas, o gasto iria duplicar, correndo risco de não encontrar o produto na quantidade necessária. Com a descida das águas, demora mais tempo o transporte. Se houver aumento de consumo neste período, o que deve ocorrer pelo calor excessivo, é possível que não consigamos suprir a demanda a tempo de evitar um racionamento”, declarou o diretor de Relações Institucionais, Radyr Gomes.
Os outros municípios são abastecidos pelos Produtores Independentes de Energia (PIES), que somam o total de 84 usinas em funcionamento, com três a serem instaladas. Os PIES geram energia de forma independente e a comercializam com a Amazonas Energia. Os pontos mais críticos em relação à logística estão situados nas calhas do Juruá e Alto Solimões, no município de Maraã e comunidades do Limoeiro, Vila Bitencourt e Purus.
Além do tempo da viagem, outro importante fator impacta diretamente no serviço prestado pela concessionária. Como os produtos enviados em grande quantidade são extremamente pesados, em muitos casos precisam ser carregados porque os caminhões não conseguem chegar até a balsa pelo terreno instável. “Reforçamos nossas equipes. Antes, eram 30 trabalhadores. Agora são 50 e, mesmo assim, o trabalho é demorado”, explicou Radyr, exemplificando que um poste pode pesar mais de uma tonelada. “Não é tarefa fácil carregar nas costas por pelo menos 300 metros até posicioná-lo no meio da floresta.”
Situação generalizada
Benjamin Constant não é um caso isolado de prejuízos causados pelo fenômeno natural. A Defesa Civil do Amazonas aponta que 23 municípios estão fora da normalidade, 15 em situação de alerta e sete em situação de atenção. “Em todos os municípios que podem ser afetados pela vazante, o serviço de energia é realizado por meio de termoelétricas, que dependem do diesel para funcionar”, explica Radyr Gomes.
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Fonte: ASCOM/AMAZONAS ENERGIA