Exigência tem como base um trecho do Corão, livro sagrado do islã, que proíbe a adoração de estátuas com formas humanas
O grupo extremista Talibã, que retornou ao poder no Afeganistão em agosto de 2021, está obrigando os comerciantes de Cabul, capital do país, a cobrir os rostos de manequins de mulheres usados para expor roupas e acessórios femininos.
Em dezembro do ano passado, a orientação era que todos os manequins fossem decapitados, ou seja, precisavam ter as cabeças arrancadas. Desta vez, as lojas podem apenas cobrir com tecidos e até sacos plásticos, desde que não seja possível ver a face.
Segundo a imprensa local, a ordem tem como base uma passagem do Corão, livro sagrado do islã, que proíbe estátuas e imagens com a forma humana, já que poderiam ser adoradas como ídolos.
A nova exigência contribui para a política dos líderes do grupo de isolar as mulheres da sociedade afegã. Desde a retomada do poder pelos extremistas, as afegãs perderam muitos direitos e estão sob rígidas regras de comportamento.
O Talibã proibiu as mulheres de frequentarem as universidades e fechou as escolas de ensino médio. Além disso, elas foram proíbidas de viajar de avião sem um parente do sexo masculino.
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As ONGs que atuam na região também foram proibidas de empregar mulheres, mesmo que não fossem de origem afegã. Isso porque as elas não estariam respeitando o código de vestimenta do país.
Apesar das promessas de maior flexibilidade, os talibãs retomaram sua interpretação rigorosa do Islã, que marcou sua primeira passagem pelo poder, entre 1996 e 2001.
Fonte: R7.COM