Nos festejos juninos, risco desse tipo de acidente aumenta com fogos de artifício e fogueiras, sendo as mãos significativamente impactadas, alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão
Acidentes com queimaduras são considerados um problema de saúde pública no Brasil. De janeiro a março de 2024, foram registradas 4.809 internações por queimaduras, média de 52 registros por dia, de acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares e Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS). Em todo o ano de 2023, o número chegou a 19.522 internações.
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Já em âmbito ambulatorial, foram realizados, no primeiro trimestre deste ano, 34.567 atendimentos pelo problema.
A estimativa é que, anualmente, cerca de um milhão de pessoas sofrem com ocorrências desse tipo em todo o país. Aproximadamente 70% das queimaduras ocorrem em ambiente doméstico e a questão ocupa o 4º lugar no ranking de causas de óbito entre crianças no Brasil.
No mês de junho, o alerta às queimaduras aumenta com as festas juninas (estendendo-se a julho, com as celebrações julinas), ocasiões em que o manuseio de fogos de artifício e as típicas fogueiras que fazem parte das festividades elevam os riscos. Em acidentes nessas situações, as mãos são frequentemente atingidas, fala o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Carlos da Costa.
“Os fogos de artifício são um perigo extremo para as mãos, pois em geral, esses acidentes são seguidos de explosões, que ocasionam queimaduras graves. Também podem ocorrer casos de amputações”, diz. “Com relação às fogueiras, durante o processo de acendimento, especialmente se estiverem sendo utilizados materiais inflamáveis, como papel, madeira seca ou álcool, podem ocorrer estalos e estilhaços que podem atingir as mãos, causando queimaduras”, completa.
O especialista lembra, ainda, as consequências geradas pelas queimaduras. “Isso afeta diretamente a vida dos pacientes em funções rotineiras, podendo, ainda, haver sequelas permanentes, pois é comum ocorrer comprometimento dos movimentos, além de perda da sensibilidade”, pontua.
Tipos de queimaduras
As queimaduras são classificadas quanto à profundidade que atingem a pele:
Primeiro grau: Quando as lesões atingem somente a camada epidérmica.
Segundo grau: Quando há comprometimento da epiderme e a camada superficial ou profunda da derme.
Terceiro grau: Acomete, além da pele, outros tecidos como o subcutâneo, músculos, tendões e até mesmo os ossos.
Recomendações importantes
A Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão lista orientações para evitar acidentes do tipo e recomendações em casos de ocorrências:
– Se decidir usar fogos de artifício, certifique-se de seguir todas as instruções de segurança fornecidas pelo fabricante. Mantenha uma distância segura ao acender os fogos e nunca os aponte na direção de pessoas, animais ou objetos inflamáveis.
– Mantenha uma distância segura das fogueiras para evitar queimaduras causadas pelo calor intenso. Nunca deixe crianças desacompanhadas perto das fogueiras e evite correr ou brincar muito próximo delas.
– Mantenha as crianças sob supervisão constante durante as festividades para garantir que elas não se envolvam em atividades perigosas que possam resultar em queimaduras.
– Em caso de acidente, nunca descolar tecidos grudados na pele queimada e nem retirar corpos estranhos do local queimado;
– Nunca colocar manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância sobre a queimadura; somente o profissional de saúde sabe o que deve ser aplicado sobre o local afetado;
“A limpeza de queimadura leve deve ser feita com água corrente, usando jato suave, por cerca de dez minutos. Na sequência, deve-se aplicar uma compressa fria na área afetada. Se a queimadura for grave, procure atendimento médico imediatamente”, salienta o presidente da SBCM.
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Sobre a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão
A SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão), fundada em 1959, congrega médicos especialistas em Cirurgia da Mão e Reconstrutiva do Membro Superior. A instituição promove a formação de profissionais, além de fornecer condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional. Mais informações em www.cirurgiadamao.org.br.
Fonte: ASCOM/SBCM
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