Cidade ucraniana está sitiada há semanas após a invasão russa; segundo autoridades, corpos e escombros são retirados às pressas
A Rússia prepara um desfile militar na cidade ucraniana de Mariupol, sitiada há semanas, para 9 de maio, dia em que é celebrada a vitória da Rússia sobre a Alemanha nazista. A informação foi divulgada por fontes dos serviços de inteligência ucranianos nesta quarta-feira (4).
Segundo as fontes, o vice-diretor da administração presidencial russa, Serguei Kirienko, chegou a Mariupol para preparar o desfile.Mariupol, uma cidade portuária, “se tornará um centro de celebrações”, disse um comunicado dos serviços de inteligência ucranianos publicado no Telegram. “As principais avenidas da cidade estão sendo limpas com urgência, os escombros e os corpos removidos, assim como as munições que não explodiram.”
Os telespectadores poderão ver “a alegria” dos moradores de Mariupol ao assistirem aos russos chegando à sua cidade, acrescentou o texto. O feriado de 9 de maio sempre é celebrado com um grande desfile na praça Vermelha, em Moscou.
De acordo com os serviços de inteligência da Ucrânia, “uma campanha de propaganda em larga escala está em andamento” entre a população da cidade, que agora tem entre 100 mil e 120 mil pessoas e era de meio milhão antes da guerra.
“Estão destruindo todas as provas dos crimes que cometeram”, declarou o prefeito de Mariupol, Vadim Voichenko, na televisão ucraniana. “Dão comida à população em troca de trabalho”, acrescentou.O ministro russo da Defesa, respondendo a uma pergunta sobre os preparativos para o 9 de Maio, não mencionou a possibilidade de um desfile em Mariupol.
Neste ano, os desfiles militares serão celebrados em 28 cidades russas”, disse, detalhando que “cerca de 65 mil pessoas, 2.400 tipos de armamento e equipamento militar e mais de 460 aviões serão mobilizados”.
Mariupol está praticamente sob controle do Exército russo. Apenas o grande complexo industrial Azovstal, onde estão os últimos combatentes ucranianos e civis, escapa do controle militar de Moscou.
Na terça-feira, um comandante ucraniano do batalhão Azov, que defende essa siderúrgica, disse que tropas russas haviam lançado um ataque ao complexo industrial, informação que Moscou negou nesta quarta-feira.
Fonte: R7.COM