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Por qual motivo a Turquia dirá não à Finlândia e Suécia na Otan?

Por qual motivo a Turquia dirá não à Finlândia e Suécia na Otan?

Histórico sobre os curdos pode ser chave principal em negociações, mas não é o único fator para a resistência turca

A Turquia, por meio do presidente Recep Tayyip Erdogan e seus ministros, declarou publicamente ao longo das últimas semanas que votará contra a entrada da Finlândia e da Suécia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Os Estados Unidos, líderes da aliança militar, já mostraram seu descontentamento com a posição turca e tentam negociar com Ancara o voto favorável a finlandeses e suecos. Para que um país entre na Otan, os 30 Estados-membros devem votar sim à adesão.

Erdogan, por sua vez, disse repetidas vezes que Finlândia e Suécia abrigam os terroristas curdos do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), que buscam há décadas a separação da Turquia e a independência da região sudeste do país.

O professor de relações internacionais da Facamp (Faculdades de Campinas) James Onnig explica que a relação da Suécia com os curdos existe desde os anos 1970, quando ocorreu um golpe militar na Turquia, levando à perseguição dos povos do Curdistão.

“Existem curdos na Suécia há muito tempo. O que os turcos dizem, na verdade, é que esses curdos que estão na Suécia — muitos deles já integrados totalmente à sociedade sueca — dão aporte, sustentam e apoiam a luta do povo curdo contra o domínio turco no Curdistão”, conta Onnig ao R7.

Já para o cientista político e professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) Leandro Consentino, existe uma relação contemporânea mais determinante para o não à Finlândia e à Suécia do que a questão dos curdos do PKK.

“O tema central da oposição turca à entrada desses países parece ter muito mais a ver com as relações do Erdogan com [Vladimir] Putin, com Moscou, do que propriamente estar relacionado a essa questão menor”, destaca Consentino.

Fonte: R7.COM

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