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Pessimismo com economia cresce nos três primeiros meses de Lula, diz Datafolha

Pessimismo com economia cresce
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Prestes a completar 100 dias de seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta ceticismo crescente do eleitorado em relação ao desempenho da economia brasileira. É o que mostra pesquisa Datafolha, realizada nos dias 29 e 30 de março.

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Segundo o levantamento, em três meses, subiu de 20% para 26% o percentual de brasileiros que dizem esperar uma piora da economia. O número agora é o mesmo daqueles que acreditam que não haverá mudança significativa nos próximos meses. Os dois grupos, no entanto, seguem atrás dos otimistas, que oscilaram de 49% para 46% de dezembro para cá.

Desde que retornou ao Poder Executivo após um hiato de 12 anos, Lula tem buscado reativar programas que marcaram suas gestões anteriores, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, a política de valorização do salário mínimo, além de sinalizar para a retomada de um plano de investimentos em obras de infraestrutura, que vem sendo chamado de “Novo PAC” (Programa de Aceleração do Crescimento).

Os acenos, contudo, não têm se mostrado suficientes para manter os patamares da chamada “lua de mel” − fenômeno conhecido pela “boa vontade” do eleitorado nos primeiros meses de mandato de um novo incumbente, mas que pode ser prejudicado de forma precoce em um ambiente de forte polarização política. Soma-se a isso a marcha lenta da atividade econômica e as expectativas baixo crescimento em 2023, de aumento da inflação e do desemprego.

O Datafolha mostrou que, sobre a situação do Brasil nos últimos meses, cresceu de 35%, em dezembro, para atuais 41% o grupo de eleitores que veem um quadro de estabilidade. Outros 35% falam em piora (oscilação negativa de 3 pontos percentuais em comparação com o último levantamento) e 23% veem uma melhora (também 3 p.p. a menos no comparativo com três meses atrás).

Para 56% dos entrevistados, a própria situação econômica vai melhorar nos próximos meses (oscilação negativa de 3 p.p. em comparação com o levantamento realizado em dezembro). Para 28%, o quadro será de estabilidade (mesmo percentual em relação à pesquisa anterior) e outros 14% acham que a situação pessoal vai piorar (oscilação positiva de 3 p.p.).

Em relação à inflação, 54% acham que haverá aumento nos próximos meses (oscilação positiva de 15 p.p. no comparativo com os números da pesquisa de dezembro), 24% responderam que o cenário permanecerá como está (mesmo percentual observado no levantamento anterior) e 20% falam que irá diminuir (oscilação negativa de 11 p.p.).

Questionados sobre o poder de compra dos salários, 34% acham que a situação atual não irá ter mudança nos próximos meses (3 p.p. acima do patamar registrado na pesquisa de dezembro), 33% enxergam uma melhora no cenário (10 p.p. abaixo do levantamento anterior) e 31% falam em piora nas perspectivas (10 p.p. acima do registrado em dezembro).

No recorte sobre desemprego, 44% enxergam possibilidade de aumento nos próximos meses (oscilação positiva de 8 p.p.), 29% acham que vai continuar como está (oscilação negativa de 8 p.p.) e 26% dos entrevistados acham que o cenário será de estabilidade (2 p.p. acima do que havia sido registrado no levantamento realizado em dezembro).

A pesquisa Datafolha ouviu 2.028 pessoas com idade acima dos 16 anos, em 126 municípios, em todas as regiões do país, nos dias 29 e 30 de março. A margem máxima de erro é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, considerando o total da amostra.

Fonte: InfoMoney

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