O número de cesáreas voltou a subir no Brasil no ano passado. Ao todo, 57,6% dos nascimentos registrados no país de janeiro a outubro de 2022 foram por cesariana, de acordo com o Ministério da Saúde.
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O dado preliminar indica que é a maior taxa da história, muito acima dos 15%, índice recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Essa alta preocupa a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
“A ideia não é se fazer nenhuma apologia contra a cesárea, uma vez que a cesárea sabidamente salva vidas, o que a gente tenta combater é o uso indiscriminado da cesárea”, afirma Ricardo Tedesco, obstetra e integrante da Febrasgo.
Um dos motivos desse alto índice de cesarianas no país é a falta de informação. O medo de sentir dor durante o parto normal faz com que muitas mulheres optem pela cesárea, mas os médicos lembram que, como em qualquer outro procedimento cirúrgico, o risco é maior e a recuperação mais lenta.
“No parto cesárea você vai fazer uma incisão cirúrgica, você vai estar cortando sete camadas de tecido, você tem um tempo de restabelecimento muito mais prolongado, uma chance de infecção maior”, afirma a médica Maria Augusta Gibelli.
Hoje, na maternidade onde a médica trabalha, são oito salas preparadas para o parto normal humanizado. Em média, são 200 por mês. O número de cesarianas chega a 340.
Fonte: SBTNEWS