Enviado especial a Belém — O treino da Seleção aberto a crianças na véspera do duelo desta sexta-feira contra a Bolívia, às 21h45, no Mangueirão, pela primeira rodada das Eliminatórias para a Copa de 2026, foi inesquecível para uma família paraense. Gilberto Ferreira, 14, é portador de uma doença rara: epidermólise bolhosa. A enfermidade genética e hereditária provoca a formação de bolhas na pele com mínimos atritos ou traumas e se manifesta desde o nascimento.
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Gilberto Ferreira tinha um sonho: conhecer Neymar e Richarlison. A família se mobilizou. Contou com a ajuda de autoridades e da organização Usina da Paz para tentar se aproximar. O garoto se encontrou com os dois jogadores depois do treino de quinta-feira, no Mangueirão. Ambos foram ao encontro do menino e causaram mais do que surpresa, muita emoção.
Em entrevista ao Correio Braziliense, dona Mary Ferreira falou sobre a realização do sonho. “Eu ainda estou sem acreditar e ele também. Nós acreditávamos em um sonho que era impossível para a gente, mas mas para Deus nunca foi nem é impossível, até mesmo a cura do meu filho” comemora.
“Conhecer o Neymar era um dos únicos sonhos dele (Gilberto). Ele chorava quando via o Neymar na televisão querendo conhecê-lo. Com a oportunidade de o Neymar vir a Belém, eu moveria montanhas, céus e terra para ele conhecer o ídolo. Ontem foi muita luta. Choramos muito, sofremos bastante, mas tudo foi recompensado no fim. Foi a maior alegria da vida dele. Está imensamente feliz”, conta Mary.
Além de conhecer Neymar, Gilberto ganhou o direito de ir ao estádio. “Eles deram ingressos para ele. Vai ficar no camarote. Vamos viver mais um momento que jamais pensamos. Um sonho que continua sendo realizado graças a Deus”.
Depois de concretizar o sonho, Gilberto fez um agradecimento nas redes sociais. “A palavra é gratidão. Deus tarda, mas não falha. O tão sonhado sonho aconteceu, publicou Gilberto Ferreira na conta pessoal.
Em um vídeo, Neymar interage com Gilberto no Mangueirão. “Está grandão esse cartaz aí, hein”, aponta o jogador, referindo-se a um banner no qual o garoto aparece vestindo a 10 em uma montagem ao lado de uma imagem de Neymar, com a 11. “Você tomou a 10 de mim?”, brinca o astro da Seleção Brasileira.
A logística pra o encontro foi complexa. Gilberto e a família aguardaram pelos jogadores em uma sala climatizada devido à sensibilidade da pele do adolescente. A família tem custos elevados com alimentação, curativos e energia elétrica devido ao uso intermitente do ar condicionado ou ventilador. A taxa de hemoglobina dele é baixa e exige dieta à base de fibras. Engajada, a mãe do menino criou uma associação para outros pacientes da enfermidade.
(Por Marcos Paulo Lima)
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE
