Rio – Uma mulher morreu na manhã desta sexta-feira (22), ao ser atingida por um tiro durante um novo tiroteio no Complexo do Alemão, na Zona Norte. Com ela, sobe para 19 o número de mortos desde a operação policial de ontem, a quarta mais letal da história do Rio. A PM diz que a base da UPP Nova Brasília foi atacada novamente.
Identificada como Solange Mendes da Silva, conhecida como Solange das quentinhas, ela vendia comida em uma pensão e era moradora da região. De acordo com testemunhas, a mulher foi baleada na comunidade Caixa D’água, foi socorrida e encaminhada ao Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos.
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A Polícia Militar Informou que uma mulher foi encontrada ferida e foi socorrida pelos policiais militares para Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, após um ataque de criminosos contra a polícia, mas não houve confronto.
De acordo com a direção do Hospital Getúlio Vargas, Solange chegou em óbito à unidade. A família está no hospital, sendo assistida pelo Núcleo de Atendimento à Família (NAF), com apoio de assistente social e da psicóloga. O corpo será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Segundo a corporação, equipes policiais e a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Nova Brasília, no Complexo do Alemão, sofreram um novo ataque na manhã desta sexta-feira. O local já havia sido alvo de tiros na operação desta quinta. Na ocasião, o cabo Bruno de Paula, de 38 anos, foi atingido e morreu.
Renato dos Santos, presidente da associação de moradores, lamentou a morte da comerciante, que atuava há anos no Complexo do Alemão.
“Ela é uma das maiores comerciantes ali, que já faz um comércio de quentinha há muitos anos, conhecida por muitas pessoas ali. Sempre está acontecendo essa covardia com os moradores, a gente fica muito triste, já aconteceu ontem o que aconteceu [a operação], e hoje a gente acorda com essa notícia”, disse ele.
De acordo com o pastor Carlos Alberto Oliveira, ex-vizinho de Solange e amigo da família, a mulher foi atingida por volta das 8h.
“Ela era uma pessoa de bem, trabalhadora, vendia comida para a comunidade quase inteira e agora a gente se depara com essa notícia. Na realidade, ela estava comprando alguma coisa justamente para botar comida para tocar de tarde”, explicou ele.
Carlos ainda lamentou a morte de sua ex-vizinha e contou que chegava no local onde a vítima foi atingida no momento em que ela estava sendo socorrida. “É uma guerra que não tem fim, e como sempre, quem paga o pato é o trabalhador de bem, como ela. Eu fui aluno dela de explicadora e também era vizinho dela. Ontem à noite nós estávamos juntos”, lamentou.
(Por Brenda São Paio)
Fonte: O DIA