Caso houvesse um parecer positivo, medida poderia beneficiar integrantes do PCC e outras facções sob custódia federal
O senador e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União-PR) iniciou uma ofensiva contra o PT nesta sexta-feira (24), ao pedir explicação do partido sobre a autoria de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que pede a volta de visitas íntimas em presídios federais. Caso houvesse um parecer positivo, a medida poderia beneficiar integrantes do PCC sob custódia federal.
O PT deve uma explicação ao Brasil sobre sua participação como autor na ADPF 518 junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), quando tentou derrubar a proibição feita pelo MJ (Ministério da Justiça) de visitas íntimas às lideranças do PCC e do CV em presídios federais”, disse Moro, pelas redes sociais.
A reação de Moro ocorre após Lula comentar, sem provas, que o plano descoberto pela Polícia Federal que tinha como alvo o ex-juiz e a família dele era uma “armação”. “É visível que é mais uma armação, mas isso a gente vai esperar, não vou atacar ninguém sem ter provas”, disse o petista ao ser questionado sobre o fato de estar ou não acompanhando os desdobramentos da operação.
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A ADPF foi extinta pelo Supremo pela perda do objeto da ação em razão de uma alteração na lei que dispõe sobre a transferência e inclusão de presos em estabelecimentos penais federais de segurança máxima e dá outras providências. “O desastre foi evitado somente porque o STF extinguiu a ação e protegeu a sociedade contra o crime”, completou Moro.
Até então, Moro não havia feito nenhuma relação entre o PT ou Lula e as facções criminosas por trás do planejamento do ataque contra ele. O senador chegou a ser elogiado por parlamentares por não “politizar” as investigações.
A associação entre o governo Lula e o PCC tem sido feita por parlamentares da oposição, que chegaram a relacionar o plano da facção criminosa de executar Moro e sua família, além de outras autoridades e servidores públicos, com a fala do presidente de querer vingança contra o ex-ministro da Justiça. Não há nenhuma evidência de relação entre os acontecimentos.
Fonte: R7.COM