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Montanhista brasileiro morto em escalada no Peru tinha mais de 30 anos de experiência

Montanhista brasileiro morto em escalada no Peru tinha mais de 30 anos de experiência
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Marcelo Motta Delvaux, de 55 anos, considerado um dos montanhistas mais experientes da América Latina, que desapareceu no dia 1º de julho enquanto escalava a quarta montanha mais alta do Peru, praticava escalada em alta montanha desde o início dos anos 2000.

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Delvaux praticava escalada em rocha desde a década de 1990 e alta montanha desde o início dos anos 2000. Ele chegou a realizar mais de 150 subidas nos Andes e no Himalaia, em países como Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela e Tibete. Ele era um dos brasileiros a ter atingido o maior número de cumes no Aconcagua, montanha mais alta das Américas.

Além de uma lista de conquistas como montanhista, ele também era um acadêmico com diversas formações. Delvaux era bacharel em Informática pela UFRJ, em História pela UFMG, especialista em Temas Filosóficos e Mestre em História pela UFMG). Também concluiu uma Pós-Graduação em Gestão de Projetos pelo Instituto de Educação Tecnológica e Técnico Superior em Atividades de Montanha pela Escola Provincial de Guias de Alta Montanha e Trekking da cidade de Mendoza, na Argentina.

O mineiro possuía uma empresa de expedições chamada Espírito Livre. Ele oferecia trazer “uma visão humanista” para suas expedições “ampliando a experiência de se escalar uma montanha para além da esfera meramente esportiva” procurando “abordar os aspectos filosóficos e “não técnicos” do montanhismo”. Delvaux Desenvolvia pesquisas nas áreas de arqueologia de alta montanha e cosmologia andina, para elaboração de novos roteiros que integrariam montanhismo, história e arqueologia.

Desaparecimento

Marcelo Delvaux desapareceu no dia 1º de julho enquanto escalava o Nevado Coropuna, quarta montanha mais alta do Peru. Uma equipe de guias de montanha contratada pela família localizou a área do acidente por meio do sinal do GPS que estava com o montanhista.

Segundo informações da equipe de guias, os itens de Delvaux foram localizados próximos a uma fenda. Para os guias, ele teria caído na fenda coberta por neve enquanto tentava atravessá-la. A profundidade da fenda impossibilitou a visualização do corpo. A equipe acredita que a queda e a exposição ao frio extremo por seis dias tenham sido fatais.

Pedro Hauck, também montanhista e amigo de Marcelo, foi o responsável por intermediar o contato da família com a equipe de guias “A equipe de guias localizou o ponto onde o rastreador de GPS do Marcelo indicava sua última posição”, explicou Pedro. “No local, encontraram uma fenda totalmente coberta por neve, com uma abertura ao lado onde estavam os bastões de caminhada dele. Provavelmente, ele tentou pular a fenda na volta da subida ao cume, mas a neve cedeu e ele caiu”, conta.

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Pedro explicou ainda que após a confirmação da morte do montanhista, as autoridades locais deram início às investigações. Ele aguarda um posicionamento da polícia peruana sobre o caso. “Eles seguem protocolos e obedecem às normas. Eles terão que avaliar os riscos de retirar o Marcelo da greta”, explica o montanhista.

 

(Por Maria Luiza Reis, do R7)

Fonte: R7.COM

 

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