Novo comandante, general Tomás Miguel Ribeiro assume o Exército sob desconfiança de boa parte da tropa
A demissão do então comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, neste sábado (21), aprofunda a crise que se instalou dentro do Exército, e na relação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um general disse ao blog que a saída do agora ex-comandante do Exército é mais um capítulo da tensão “muito traumática, por que é a pessoa mais serena para o momento”.
O presidente nomeou para o comando do Exército o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, mas isso não diminuiu o racha que ocorre nos quartéis. O novo comandante chega enfrentando grande desconfiança.
Um militar influente disse ao blog que o clima no momento é de “insatisfação e desconfiança”, e completou: “há indignação nos militares da ativa: generais de 2 ou 3 estrelas, coronéis, oficiais superiores e de capitães para baixo. Além disso, os sargentos são muito ligados aos valores conservadores”.
Isso porque muitos militares acreditam que, além de evitar a promoção do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, para o comando do 1° BAC (Batalhão de Ações de Comandos), em Goiânia (GO), o governo também deve exigir outras medidas do novo comandante do Exército contra militares que são considerados bolsonaristas.
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O general do Exército chegou a classificar também o novo comandante de “traíra”. A afirmação completa do general da ativa é forte e chega a questionar como o novo comandante vai lidar com a tropa, “me diz como o Tomás (general Tomás Miguel Ribeiro Paiva) vai chegar na frente da tropa, olhar pra ela, e saber que todos ali , além de não acreditarem nele, o tem também como traíra. Triste realidade a que chegamos”.
Mas nem todos chegam a ver o novo comandante com tantas ressalvas. A desconfiança é o sentimento mais falado abertamente.
A nova troca feita por Lula no comando do Exército aprofunda a crise de Lula com grande parte dos militares e aumenta a disputa política dentro dos quartéis. Mas essa estratégia, trocas abruptas do comando, também já foi usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Outro problema é que muitos integrantes da ativa já vinham reclamando de caça às bruxas promovida por Lula, e de serem acusados de omissão nos atos violentos do dia 8 de janeiro.
Fonte: R7.COM