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Leandra Leal fala sobre a emoção de dirigir e contracenar a mãe em ‘A Vida Pela Frente’: ‘Um sonho’

Leandra Leal fala sobre a emoção de dirigir e contracenar a mãe em 'A Vida Pela Frente': 'Um sonho'
(Foto: Guilherme Burgos)

Rio – Leandra Leal, de 40 anos, dedica sua atenção total quando o assunto é trabalho. Momentos antes de começar a entrevista, ela pede alguns segundos para responder a uma mensagem e se desculpa. Em seguida, fecha a aba do WhatsApp no computador para o barulho das notificações não atrapalhar. A partir deste momento, ela não esconde o orgulho e a empolgação ao falar sobre a série “A Vida Pela Frente”, que estreou no dia 22 de junho, no Globoplay. E não é à toa. Ela é uma das criadoras da obra, ao lado das amigas Rita Toledo e Carol Benjamin, além de atuar como diretora e atriz. Na trama, a artista dá vida à Tereza, mãe solo de Elizebeth / Liz (Nina Tomsic). Uma mulher atenciosa e superprotetora.

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“Foi natural. Quando a gente começou a criar a série, tínhamos essa vontade de falar dessa época de vida, de fazer algo juntas, e foi meio assim. Foi passando o tempo e fui me envolvendo com a produção. Chegou um momento que quis dirigir a série. É meu primeiro trabalho dirigindo, então, não dirijo sozinha. Estou com o Bruno (Safadi), muito experiente, um parceiro meu de muito tempo. Depois que a gente estava fazendo a ‘pré’, eu disse: ‘Ah, gente. Acho que vou fazer a Tereza’… Pra mim, estar também como atriz é muito prazeroso. Tinha muito domínio do que queria de cada cena, fazer como atriz foi uma experiência muito enriquecedora de entender a visão do todo e fazer só aquela personagem. Foi muito maneiro. E acho que foi um treino para coisas que quero fazer no futuro, dirigir outras coisas atuando”, adianta. 

A trama é ambientada entre 1999 e 2000, no Rio de Janeiro, e traz temas atuais como a euforia desta fase da vida, questões como sexualidade, descoberta da homoafetividade, drogas e o luto, já que os amigos Beta (Flora Camolese), Cadé (Jaffar Bambirra), Marina (Muse Maya), Vicente (Henrique Barreira), JP (Lourenço Dantas) e Liz (Nina Tomsic) vão precisar lidar com a morte de um deles.

Durante a criação da série, Leandra conta que ‘revisitou’ a perda do pai, o advogado Júlio Brás. Ele morreu quando ela tinha 11 anos de idade. “Sofri muitas perdas na minha adolescência. Isso pra mim é marcante. A gente fala pouco sobre o luto como sociedade, no audiovisual… Perder alguém nessa época da vida, que você está se constituindo, formando sua identidade, é realmente algo que você leva para sempre. Essa é uma experiência que revisitei. O fato de entender quem sou a partir de uma perda. Entrei na vida adulta com isso, me constitui com isso”, afirma.

Mãe de uma menina de oito anos, a artista abre o jogo e conta se está pronta para acompanhar esta fase cheia de descobertas e primeiras vezes da filha. “A adolescência tem agora coisas que eu não sei como lidar. Essa coisa tecnológica… Confesso que não sei como vai ser. Mas tenho uma relação muito próxima com a minha filha, de escuta, atenção, transformação. Então, acredito que a adolescência dela também vai ser maneira”, opina.

O fim do quinto capítulo de “A Vida Pela Frente” deixou um gostinho de quero mais. A boa notícia é que a segunda parte dos episódios será lançada nesta quinta-feira, dia 6 de julho. “A série só melhora. Ela fica mais intensa. Os atores arrasam cada vez mais. O primeiro episódio da segunda leva, a pessoa assiste e não quer mais parar de ver”.

Emoção de contracenar com a mãe

Afastada da TV desde 2018, Ângela Leal aceitou o convite da filha para atuar em “A Vida Pela Frente” como Dona Olga, avó do personagem Cadé (Jaffar Bambirra). Além de dirigir a mãe, Leandra ainda pode contracenar com ela e, com isso, realizou um sonho antigo. O momento foi repleto de emoção. 

“Foi lindo. Minha mãe estava super num discurso que não ia trabalhar mais, só que ao mesmo tempo, a Dona Olga, pra mim, era a minha mãe. Não tinha outra pessoa na cabeça, queria muito que fosse ela. A gente foi chamá-la, ela ficou meio assim: ‘Tá bom, vou ter que fazer’. E foi lindo, foi de uma luz pra mim no set, super emocionante”, diz Leandra, que chegou a fazer um discurso sobre o momento. 

“No primeiro dia dela, eu parei a equipe e falei: ‘Estou aqui realizando um sonho na minha vida, estou dirigindo minha mãe, é um momento muito importante, muito obrigada a todo mundo que está aqui’. Ela também ficou muito emocionada. É bonito a gente ter o reconhecimento das mães, dos pais, é gratificante. Foi muito legal também minha mãe ver eu realizando um sonho que ela me ouviu falar há milênios. Ela ver eu realizar, ela estar lá, a gente no set…”, suspira. 

A volta das Empreguetes? 

Leandra Leal comenta o sucesso das Empreguetes na novela “Cheias de Charme” (2012), da TV Globo,  e  fala sobre o desejo de revistar essas personagens, Maria do Rosário (Leandra Leal), Cida (Isabelle Drummond) e Penha (Taís Araújo), em outra obra audiovisual, como um filme. “Estamos tentando muito. Queremos muito e estamos nos esforçando para isso”, avisa a atriz. “A novela está no Globoplay então atinge outras gerações que não assistiram na época (que foi ao ar). É uma novela muito marcante, que tem uma crítica social gigante. É um case muito especial. A gente tem muita vontade de reencontrar essas personagens”, completa. 

O último trabalho da artista em novelas foi em “Babilônia”, em 2015, mas esse afastamento do formato não é proposital. “Adoro novela, se pintar algo incrível, me chamarem, vou achar ótimo. Tantas novelas maneiras estão sendo feitas agora, até remakes”, diz ela, que brinca: “Vou me revelar uma pessoa de época. É que a época que você pode assistir mais novela é a que você é mais nova. Agora é muito difícil eu conseguir acompanhar… Vi um pouco de ‘Todas as Flores’, achei muito legal, o pouco que vi de ‘Pantanal’ também adorei. Sou agora aquela espectadora que vê o primeiro capítulo e volta depois quando a trama já está terminando”, frisa.

Carnaval 

Mangueirense assumida, Leandra vibra com o enredo da agremiação no ano que vem, intitulado “A Negra Voz do Amanhã”, que tem como homenageada a cantora Alcione. “Perfeito esse enredo, pelo amor de Deus. Amei. Vai ser lindo. A Mangueira é minha escola do coração. (O enredo) É muito legítimo, muito lindo. A Alcione é uma força da natureza. É lindo a gente poder homenagear essas pessoas que são importantes pra nossa cultura, que são figuras artísticas, mas com importância social, como a Alcione. Amo quando a escola conta sua história em enredos. Falar da Alcione é um pouco da história da Mangueira”, opina. 

A atriz também recorda como foi poder viver toda experiência do Carnaval de maneira oficial após a pandemia. “Esse ano o Carnaval foi mágico, adorei a volta de tudo, dos blocos… Sair do Bola Preta andando pelo Centro, subindo Santa Teresa… Eu ficava: ‘Nossa, voltou. Que felicidade’. Carnaval pra mim é um momento utópico, que você mira o melhor. É um momento que você ocupa a cidade de outra forma, se relaciona com as pessoas de outra forma, eu amo o parêntese do Carnaval”. 

Fonte: O DIA

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