O juiz Taciano Vogado Rodrigues, do Tribunal do Júri de Planaltina, decidiu manter preso Gideon Batista de Menezes, 55 anos; Horácio Carlos, 49; Carlomam dos Santos, 26; Fabrício Canhedo, 34; e Carlos Henrique Alves, 27. Eles se tornaram réus pelo crime que ficou conhecido como a maior chacina da história do Distrito Federal, que vitimou 10 pessoas da mesma família.
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A decisão, proferida na quarta-feira (35), visa reexaminar a necessidade da prisão, conforme previsto no Código de Processo Penal. Na decisão, o juiz afirmou que permanecem inalteradas, não havendo motivos para a revogação da prisão preventiva. “Nesse contexto, a adoção de medidas cautelares diversas da prisão não se mostram adequadas/suficientes. Por fim, não surgiram fatos aptos a ensejar a revogação da medida imposta, tal qual exigido pelo art. 316, caput, do CPP”, escreveu o magistrado.
Denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os cinco acusados vão responder por quase 100 crimes, segundo a denúncia apresentada pelo MP. Entre eles, extorsão, homicídio, ocultação de cadáver, fraude processual e sequestro. Eles podem pegar até 385 anos de prisão por todos os crimes cometidos.
Os criminosos estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda, onde aguardam o desfecho do caso na Justiça. Veja por quais crimes os cinco acusados respondem:
Gideon Batista: é apontado como o mentor dos assassinatos. A motivação, segundo revelaram as investigações, foi em decorrência da chácara onde moravam Marcos Antônio Lopes, 54, a mulher dele, Renata Belchior, 52, e a filha do casal, Gabriela Belchior. Gideon foi denunciado por homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), homicídio duplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma de fogo, associação criminosa e roubo.
Horácio Carlos: responderá por homicídio quadruplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado, homicídio duplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma de fogo, associação criminosa, roubo e fraude processual.
Carlomam dos Santos: responderá por homicídio quadruplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma de fogo, associação criminosa, roubo e ameaça com uso de arma.
Carlos Henrique Alves da Silva: responderá por homicídio duplamente qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime) de sequestro e cárcere privado.
Fabrício Silva Canhedo: extorsão mediante sequestro, associação criminosa, roubo e fraude processual.
Entenda o caso
A maior chacina do DF começou com o desaparecimento da cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e dos três filhos: Gabriel, 7, e dos gêmeos, Rafael e Rafaela, 6. A mulher saiu do salão onde trabalhava, na 307 Norte, na noite de 12 de janeiro, após ser atraída para uma emboscada na casa onde moravam os sogros, Marcos Antônio Lopes, 54, e Renata Belchior, 52, — os dois também assassinados. A motivação, segundo revelaram as investigações, foi por causa da chácara onde Marcos morava, avaliada em R$ 2 milhões.
Também foram mortos o esposo de Elizamar, Thiago Silva, 30; a ex-mulher e as filhas de Marcos, Cláudia Regina, 55, Ana Beatriz, 19, e Gabriela Belchior, 25.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE