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Israel anuncia investigação por ação policial durante funeral de jornalista palestina

Israel anuncia investigação por ação policial durante funeral de jornalista palestina

A polícia tentou dispersar a multidão depois que o caixão com o corpo de Shireen Abu Akleh saiu de hospital em Jerusalém Leste

A polícia israelense anunciou neste sábado (14) que investigará a atuação de seus agentes durante o enterro em Jerusalém da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, após as críticas internacionais recebidas pelas imagens do caixão prestes a cair durante uma ação das forças de segurança.

Milhares de palestinos compareceram ao funeral da jornalista do canal Al Jazeera, que morreu na quarta-feira (11) ao ser atingida por um tiro na cabeça quando cobria uma operação militar israelense no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.

A repórter usava um colete à prova de balas com a palavra “Imprensa” e um capacete.

Os incidentes explodiram quando a polícia tentou dispersar a multidão depois que o caixão saiu de hospital em Jerusalém Leste, uma área palestina ocupada por Israel.

O caixão da jornalista quase caiu, mas foi salvo no último momento, de acordo com as imagens exibidas pelas emissoras de TV locais.

“O comissário da polícia de Israel, em coordenação com o ministro da Segurança Pública, ordenou uma investigação sobre o incidente. As conclusões serão apresentadas ao comissário nos próximos dias”, afirmou a polícia em um comunicado.

Ao mesmo tempo, a polícia israelense alega que seus agentes “se viram expostos à violência de grupos de agitadores”.

Indignação internacional

A comunidade internacional criticou a intervenção da polícia de Israel durante o funeral de Shireen Abu Akleh.

“As imagens da intervenção policial israelense no cortejo fúnebre nos perturbaram profundamente”, afirmou Antony Blinken, secretário de Estado americano.

A União Europeia (UE) condenou o “uso desproporcional da força e o comportamento desrespeitoso da polícia israelense com os participantes no cortejo fúnebre”.

Em uma postura unânime, algo incomum, o Conselho de Segurança da ONU “condenou de maneira veemente o assassinato” da jornalista e pediu uma “investigação imediata, exaustiva, transparente e imparcial para garantir a prestação de contas”.

Para a Fundação Desmond Tutu, as cenas da intervenção policial “são arrepiantes e lembram a brutalidade infligida aos enlutados em funerais de militantes contra o apartheid” na África do Sul.

“Se os cantos nacionalistas não pararem, teremos que dispersá-los usando a força e impedir a celebração do funeral”, disse um policial israelense com um megafone na sexta-feira para a multidão reunida dentro do hospital São José, de acordo com um vídeo divulgado pela força de segurança.

A polícia acusou a multidão de jogar garrafas de vidro e outros objetos contra os agentes.

De acordo com o Crescente Vermelho palestino, 33 pessoas ficaram feridas durante o funeral e a polícia israelense anunciou a detenção de seis pessoas. 

Após a intervenção policial, a multidão seguiu o caixão até uma igreja da Cidade Antiga, onde aconteceu uma missa, e depois até o cemitério.

Fonte: R7.COM

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