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Especialistas alertam para a gravidade do vício em álcool

Especialistas alertam para a gravidade do vício em álcool
( Foto: Reprodução )

O álcool é responsável por cerca de 3,5 milhões de mortes anuais em todo o mundo, segundo o Ministério da Saúde. O consumo de drogas ilícitas também pode matar, além provocar profundos danos sociais, como aumento da violência e da criminalidade. Nesse contexto, a prevenção, o tratamento e a recuperação, além da ajuda mútua, são imprescindíveis.

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Essas são algumas das preocupações que marcam o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo e às Drogas, lembrado ontem. A data reflete sobre os graves impactos que o uso de substâncias psicoativas causam à saúde física, mental e social.

O terapeuta e ex-dependente químico Lucas Queirós, de 36 anos, membro da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas, relembra o período de sofrimento. “O uso do tabaco começou aos seis anos. Sou filho de pais tabagistas. Quando eles jogavam as bitucas de cigarro, eu aproveitava para fumar. Aos sete ou oito anos, já consumia álcool, pegando o resto nos copos de festas familiares. Foi aí que a compulsão surgiu”, descreve.

Aos 18 anos, Lucas conheceu a cocaína. “No início, tudo parecia muito bom. Eu me sentia mais confiante, mais social, pois sempre fui muito tímido. Porém, os efeitos não tardaram: crises de ansiedade, comprometimento psicológico e emocional”, relembra.

Aos 25 anos, ele chegou a um ponto crítico. “Eu já não conseguia mais trabalhar, não tinha relacionamentos, e o meu aspecto físico estava deplorável. A única coisa que me fez voltar foi a ajuda terapêutica. E, inclusive, me tornei terapeuta por causa da transformação que tive na minha vida. Hoje, estou há uma década sóbrio”, completa.

Mulheres

Um levantamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), uma organização não governamental (ONG), com dados de 2010 a 2020, revela que o consumo abusivo de álcool é mais preocupante entre as mulheres brasileiras, com aumento de 4,25% anualmente. A tendência foi registrada em 12 capitais e no Distrito Federal.

O levantamento foi feito com dados disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O número de óbitos de mulheres a cada 100 mil habitantes causado pelo consumo excessivo de álcool aumentou 7,5% entre 2010 e 2021, ao mesmo tempo em que as mortes de homens tiveram redução de 4,8%, nesse mesmo período.

Para muitos, a recuperação do alcoolismo começa com apoio de grupos de ajuda mútua, como o Alcoólicos Anônimos (AA), uma irmandade fundada nos Estados Unidos há 89 anos. “O único requisito para ser membro é o desejo de parar de beber”, informa a instituição. No Brasil, a organização está presente desde 1947, com cerca de 4 mil grupos e mais de 9 mil reuniões de recuperação realizadas semanalmente.

O SUS, por sua vez, oferece tratamento especializado, gratuito e universal no combate ao alcoolismo e à dependência de outras drogas. A Rede de Atenção Psicossocial (Raps), com mais de 6.300 unidades em todo o país, é um dos principais pilares dessa abordagem. Entre essas unidades, destacam-se os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), responsáveis por fornecer atendimento a pessoas com transtornos mentais e/ ou dependência de substâncias.

“Os Caps oferecem acesso livre, sem a necessidade de agendamento para o primeiro atendimento. As unidades possuem equipes multiprofissionais, sendo que algumas delas funcionam 24 horas por dia, oferecendo acolhimento noturno por até 15 dias no mês”, informa o Ministério da Saúde.

Além disso, o programa Acolhe DF, voltado para o Distrito Federal, tem trabalhado no acolhimento de pessoas com vícios em drogas lícitas e ilícitas. O programa também presta atendimento a familiares de dependentes químicos, oferecendo orientação e suporte psicológico.

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Ao Correio, a secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani, enfatizou a importância do programa. “O impacto do uso abusivo de álcool e drogas vai além do usuário, atingindo toda a família. Por isso, o Acolhe DF foi criado para oferecer suporte, orientação e acolhimento a quem enfrenta essa realidade, ajudando as famílias a se reestruturarem e fortalecerem seus vínculos. Acolher é transformar vidas.”

 

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE

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