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Espanha vai às urnas para escolher seus novos representantes

Espanha vai às urnas para escolher seus novos representantes
(Foto: © Miguel Gracia Garcia/EPA/Agência Lusa)

população espanhola vai às urnas neste domingo (23) em eleições gerais antecipadas, com a direita favorita a vencer a coligação do primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez, mas com a possibilidade de ter de governar com a extrema direita.

Cerca de 37,5 milhões de eleitores podem depositar seus votos nas urnas para renovar o Parlamento por quatro anos. Quase 2,5 milhões de pessoas já votaram pelo correio, um número recorde, com muitos espanhóis de férias neste verão, um contexto que pode afetar a presença nas urnas.

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“O que vai acontecer aqui hoje vai ser muito importante, não só para nós, logicamente, mas também para o mundo e para a Europa”, afirmou o presidente do governo cessante, o socialista Pedro Sánchez, após votar numa escola de Madri. “Estou com boas vibrações”, disse Sánchez, que pediu “uma participação histórica” para que o próximo “seja um governo forte para que a Espanha possa seguir em frente”.

“A Espanha pode começar uma nova era e espero e desejo que os espanhóis decidam livremente, como estamos decidindo hoje, apesar de eu insistir nas condições meteorológicas”, disse também na capital espanhola após votar Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP, conservadores), favorito nas pesquisas.

Santiago Abascal, chefe da formação de extrema direita Vox, previu “um resultado heróico” para seu partido, ao mesmo tempo em que pediu participação para que “uma mudança de direção possa ocorrer”.

Uma virada para a direita na quarta maior economia da UE (União Europeia), depois da Itália no ano passado, seria um novo golpe para a esquerda, que agora governa apenas meia dúzia de seus 27 países membros, menos de um ano antes das eleições para o parlamento do bloco. Um golpe ainda mais simbólico, no país que detém atualmente a presidência semestral da UE.

Aliança com a extrema direita

“Para a Espanha, um governo de coalizão de PP e VOX seria benéfico porque focaria mais em melhorar” o país, disse à AFPTV Brayan Sánchez, um cientista da computação de 27 anos de origem equatoriana, que votou em Barcelona.

Brauli Muñoz, professor de 53 anos, disse, também na capital catalã, que espera que o governo de esquerda continue porque “é uma das melhores opções de formação para o futuro de nossos alunos”.

“Seria uma surpresa muito importante se o PP não fosse o partido com mais votos. Outra coisa é que pode formar um governo”, disse o cientista político Pedro Riera Sagrera, professor da Universidade Carlos III de Madri.

Feijóo aspira atingir a cifra mágica de 176 deputados, a maioria absoluta dos 350 do Congresso dos Deputados. Mas nenhuma pesquisa atribui esse resultado a ele. No entanto, teria que recorrer a uma aliança e seu único potencial parceiro é o Vox, partido ultranacionalista e ultraconservador formado em 2013 a partir de uma cisão do PP.

Após as eleições municipais de maio, PP e Vox concordaram com governos locais e regionais nos quais a extrema-direita se recusou a ceder em suas posições mais polêmicas, como o questionamento da noção de violência de gênero, sua rejeição ao movimento LGBT e a negação das mudanças climáticas.

O Vox já alertava que o preço de seu apoio seria entrar no governo Feijóo, o que significaria a volta da extrema-direita ao poder pela primeira vez desde a ditadura de Franco (1939-1975).

Risco de bloqueio

Nos dias anteriores às eleições, Feijóo disse que uma coligação com o Vox “não é a ideal”. Sánchez, que convocou estas eleições legislativas antecipadas após a derrota da esquerda nas eleições municipais de maio, disse que tal possibilidade seria “um revés para a Espanha”, com a direita e a extrema direita prometendo reverter boa parte das conquistas legislativas dos últimos anos.

Sánchez, no poder desde 2018, busca repetir sua atual coalizão de socialistas e a esquerda radical. O Podemos, parceiro incômodo de Sánchez desde o início de 2020, foi absorvido e substituído este ano pelo Sumar, formação liderada pela ministra do Trabalho, a comunista e pragmática Yolanda Díaz.

“Um grande risco”, segundo Pedro Riera Sagrera, é que não saia uma maioria viável nas urnas, nem à direita nem à esquerda, o que obrigaria a uma nova votação em poucos meses.

Fonte: R7.COM

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