A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, vai visitar o Brasil entre terça-feira (2) e quinta-feira (4). Ela estará em Brasília e Salvador, cidades onde vai se encontrar com funcionários do alto escalão do governo brasileiro, membros da sociedade civil e organizações não governamentais (ONGs).
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De acordo com a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, o foco da visita são “os desafios e as prioridades compartilhados, incluindo a promoção da democracia e da cooperação multilateral, o combate às mudanças climáticas, a salvaguarda da segurança alimentar, a cooperação contínua em migração regional e a garantia de equidade para comunidades raciais, étnicas e indígenas marginalizadas.”De acordo com a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, o foco da visita são “os desafios e as prioridades compartilhados, incluindo a promoção da democracia e da cooperação multilateral, o combate às mudanças climáticas, a salvaguarda da segurança alimentar, a cooperação contínua em migração regional e a garantia de equidade para comunidades raciais, étnicas e indígenas marginalizadas.”
Na capital federal, Linda vai se reunir com autoridades do governo para discutir a parceria entre os dois países e as atuações na ONU, especialmente sobre clima e segurança alimentar. Além disso, terá encontros com representantes de organizações não governamentais que apoiam migrantes, refugiados e solicitantes de asilo venezuelanos no Brasil.
Em Salvador, a embaixadora vai destacar o compromisso dos Estados Unidos em atualizar o Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade (Japer). Ela participará, ainda, de encontros com sociedade civil e juventude preta sobre programas que beneficiam pautas raciais, étnicas e indígenas.
Sanções à Rússia
Como o R7 publicou em março, os Estados Unidos estavam avaliando na época enviar Thomas-Greenfield ao Brasil para discutir a adesão brasileira às sanções contra a Rússia por causa da invasão na Ucrânia. O secretário-assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, que informou sobre a possível presença da embaixadora, também planeja viajar ao país.
O Brasil nunca aderiu a sanções internacionais, e no caso da Rússia não foi diferente, apesar da guerra contra a Ucrânia. A reportagem apurou com fontes no Itamaraty que a atitude deve permanecer, mesmo com pressão dos EUA. Para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a melhor saída para a guerra é o diálogo.
Durante sessão do Senado dos EUA naquele mês, parlamentares criticaram a posição brasileira diante da guerra iniciada pelos russos há mais de um ano. “A verdade é que o Brasil não tem apoiado muito as sanções relacionadas à Rússia”, afirmou o senador democrata Ben Cardin. “Entendemos que nossos países nem sempre concordaram, e o Brasil, como nação soberana, faz sua própria política externa”, disse Nichols na mesma sessão.
Casa Branca
Em 17 de abril, a Casa Branca criticou o posicionamento de Lula sobre a guerra na Ucrânia e afirmou que o Brasil estava “papagueando” o discurso adotado pela Rússia. Nos últimos dias, o presidente brasileiro afirmou que os Estados Unidos têm encorajado a manutenção da guerra e que a Ucrânia é tão responsável quanto a Rússia pelo que tem acontecido.
Em entrevista coletiva, o chefe de comunicação do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, lamentou que o Brasil esteja menosprezando os fatos e tenha evitado condenar a Rússia pela guerra. “É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra.”
Fonte: R7.COM