Especialistas cobram acompanhamento e cuidados com a saúde mental dos alunos. Lei de 2019 prevê atendimento na rede pública
Ataques a escolas como o ocorrido na segunda-feira (27), na Escola Estadual Thomázia Montoro, aumentaram de frequência recentemente, como apontou estudo da Unicamp. À medida que estes eventos ocorrem, volta à tona o debate sobre como evitá-los – e de que forma barrar o ciclo de ódio que leva esses jovens a estes atos.
Entre as especialistas ouvidas pelo R7, é um consenso a avaliação de que, por diferentes vias, o trabalho a ser feito passa pela prevenção, desde o acompanhamento psicológico ao preparo mais adequado dos professores para lidar com situações conflituosas entre os alunos.Necessitamos de investimentos em programas que preparem os educadores para que, além de perceber sinais, possam também lidar com esse aluno. A escola precisa ser acolhedora, dialógica e confiável”, afirma Cleo Garcia, mestranda em educação na Unicamp e especialista em justiça restaurativa.
Há uma lei federal de 2019 que dispõe sobre a presença de profissionais de psicologia nas escolas do ensino público, lembra Elaine Alves, psicóloga com pós-doutorado em luto, emergências e desastres, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). Sua execução, prossegue ela, não se observa na prática.
“Este profissional está lá para cumprir com a observação de situações de risco, e é possível notar, pois os alunos costumam confidenciar os problemas para alguém. E o psicólogo geralmente é essa pessoa. É preciso, sim, um acompanhamento com alunos e profissionais também, e não só quando uma escola já foi atacada”, afirma Alves
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Neste caso, destacam as especialistas, é necessário acolher a todos, tanto as vítimas de bullying – perfil comumente atribuído aos autores de ataques como o de Suzano, por exemplo – quanto aqueles que o praticam. Estes últimos também podem ser atravessados por problemas ainda maiores no ambiente familiar, portanto também precisam ser ouvidos.
“Muitas vezes esses adolescentes passam por situações de violência pela convivência”, analisa Ana Lúcia Gomes Castello, professora e psicóloga.
Os responsáveis por essas crianças e adolescentes, bem como os educadores, precisam ter um olhar cuidadoso para mudanças comportamentais, completa Cleo Garcia: “buscar ajuda e fomentar o diálogo, tanto em casa quanto na escola.”
Fonte: R7.COM