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Diabetes e obesidade: saiba os perigos que refrigerantes representam à saúde das crianças

Diabetes e obesidade: saiba os perigos que refrigerantes representam à saúde das crianças

Diabetes e obesidade: saiba os perigos que refrigerantes representam à saúde das crianças
( Foto: Reprodução )

Médica ressalta que menores de dois anos não devem em hipótese alguma consumir bebidas açucaradas

O consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, sucos prontos e chás, tornou-se parte da rotina de milhares de famílias, um consumo que inclui pessoas de todas as faixas etárias. No entanto, um grupo em específico deve evitar esses produtos: as crianças.

Apesar de essas bebidas não fornecerem nenhum benefício à saúde em um geral, o público infantil, em especial, fica exposto a riscos desnecessários com o consumo delas.

“Refrigerantes e bebidas açucaradas oferecem uma quantidade grande de carboidrato, sacarose, que é um fator importante para o desenvolvimento de diabetes, de ganho de peso e de dislipidemia [aumento de gordura no sangue] no futuro”, alerta a presidente do Departamento Científico de Nutrologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Fabiola Isabel Suano de Souza.

Há também refrigerantes compostos por substâncias como ácido fosfórico e bicarbonato – principalmente os do tipo cola –, que comprometem e prejudicam a formação e manutenção óssea dessa faixa etária.

Para além dos prejuízos gerais, as bebidas açucaradas afetam de formas diferentes as crianças de até dois anos e as demais – de até 12 anos, segundo a classificação do público infantil utilizada pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Crianças de até dois anos

Fabiola explica que as crianças de até dois anos estão em processo de formação do hábito alimentar. Isso significa que elas passam a aprender do que vão gostar ou não de comer ou beber ao longo da vida.

Portanto, estimular a ingestão de produtos doces e ultraprocessados, como esse grupo de bebidas, é extremamente danoso.

“Nutricionalmente, não tem nada de importante ali, o que vai ter é apenas excesso de açúcar, excesso de corante, conservante, substâncias que podem fazer mal numa fase importante da vida”, relata a representante da SBP.

O máximo de contato que esse público deve ter com o açúcar é o natural, consumido por meio de frutas.

“Aumentar a ingestão de açúcar nessa idade aumenta o risco de ganho de peso e desfechos futuros, como diabetes. Também aumenta a chance de alteração dentária e cárie”, adverte Fabiola.

Até mesmo os sucos naturais, feitos apenas com frutas, não devem compor a dieta de crianças até dois anos. A fruta sólida é mais recomendada, já que têm mais carboidratos, fibras e vitaminas.

Outro problema citado pela especialista é o fato de as bebidas açucaradas serem mais saborosas. Essa característica palatável pode desestimular o consumo de água, líquido essencial para manter diversas funções do corpo humano.

“Elas se tornam crianças e adolescentes que não têm o hábito de beber água. Se a gente começar lá do início a ter um olhar cuidadoso para a ingestão de bebida açucarada, com certeza, vamos ter crianças que tomam mais água”, esclarece a presidente.

Sendo assim, a especialista reforça que crianças menores de dois anos não devem de forma alguma ter contato com bebidas açucaradas.

Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, para a crianças menores de dois anos, “somente podem ser oferecidos queijos e pães feitos com farinha de trigo refinada ou integral, leveduras, água e sal.”

Crianças de 0 a 12 anos

Para a faixa etária de até 12 anos, os principais riscos de trazer essas bebidas para o dia a dia estão relacionados, por exemplo, ao ganho de peso e à obesidade.

“Uma coisa é você comer um doce, outra coisa é você tomar dois três copos de sucos e refrigerantes, você está ingerindo 50 g, 60 g de açúcar, é muita coisa”, salienta Fabiola.

Além da probabilidade de desenvolvimento precoce de diabetes, as bebidas açucaradas elevam a chance de a criança ter dislipidemia, que é um quadro de aumento de gordura no sangue, principalmente do colesterol e das triglicérides.

De forma geral, Fabiola classifica as bebidas açucaradas como uma “sobrecarga para o organismo da criança”.

Até mesmo os sucos a base de soja devem ser evitados. A especialista explica que o produto acaba tendo “um pouquinho de soja e um montão de carboidrato, é como se fosse um suco mesmo. A água de coco também tem uma quantidade grande de carboidrato, por isso ela é adoçada.”

Matar a sede com bebidas industrializadas também é contraindicado. 

“Refrigerantes e bebidas açucaradas têm muito carboidratos, tem muito sódio, tem muito dessas substâncias, elas não são adequadas para hidratação”, diz Fabiola.

Recomendações gerais

O principal conselho é não ter contato com bebidas açucaradas em nenhuma faixa etária. Porém, se as crianças entre 2 e 12 anos estiverem habituadas a consumi-las, devem passar por uma reeducação para ingestão casual.

“Bebidas açucaradas são uma coisa para você não comprar, para não ter em casa, é coisa de alguma outra vez, onde você tem socialização e confraternização – um uso esporádico, em pequena quantidade”, explica a presidente.

Há diversas propagandas e estratégias comerciais que incentivam a compra desses produtos. Portanto, os pais e responsáveis devem ficar atentos e ter atitudes preventivas, para evitar o contato das crianças com essas bebidas.

“Se a criança toma uma vez por mês, dá para você tirar, porque não é o hábito dela. O problema é que, uma vez formado esse hábito alimentar, a gente precisa combatê-lo fortemente estimulando o consumo de água”, instrui a especialista.

Fonte: R7.COM

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