Advogados de Jorge Eduardo Naime argumentam que houve um ‘apagão da inteligência’, com o descumprimento de protocolos
A defesa do coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (20) a revogação da prisão do policial. Naime estava de licença em 8 de janeiro, quando ocorreram os ataques às sedes dos Três Poderes.
O policial foi preso por ordem do relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes. A defesa apresentou pedido de revogação da prisão com o argumento de que Naime não era o responsável pelo planejamento ou a execução de eventual operação destinada a resguardar as sedes dos Três Poderes.
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Em 8 de março, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou uma manifestação ao STF em que defende a manutenção da prisão preventiva de Jorge Eduardo Naime. Para a PGR, as informações e elementos de provas já reunidos indicam uma possível atuação concertada de diversos oficiais de alta patente da Polícia Militar do Distrito Federal, incluindo Naime.
Para a defesa, não houve retardo do avanço das tropas para permitir a fuga dos invasores. “Agiu conforme a Lei, retirando os invasores da Esplanada, realizando as prisões que estavam ao alcance das condições materiais com as quais contava: tropa reduzida, armamento não letal limitado, ausência de policiais desparamentados no Choque”, disse a defesa no pedido.
A defesa disse ainda que, afastado das funções, Naime não participou de qualquer planejamento e nem tinha conhecimento dos atos de 8 de janeiro. “Vale ressaltar: ele nunca fez parte dos grupos de Whatsapp denominados “Perímetro” e “Difusão”, segundo notícias, palco de comunicação de agentes públicos e autoridades sobre os eventos do dia 8”.
Apagão da inteligência”
A defesa voltou a afirmar que houve um “apagão da inteligência”, com o descumprimento de protocolos, a difusão equivocada de informações por meios não oficiais.
Em depoimento à CPI dos atos extremistas, o coronel Jorge Eduardo Naime defendeu a atuação da Polícia Militar e devolveu para a Secretaria de Segurança Pública a responsabilidade. Segundo o coronel, a PM não foi informada do risco de o protesto se tornar uma manifestação violenta.
“Houve falha. Só quem estava no teatro de operações pode dizer o que aconteceu, mas a facilidade com que os manifestantes entraram nos prédios eu nunca vi acontecer”, disse.
Fonte: R7.COM