O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 77 anos, passará por uma artroplastia de quadril, nesta sexta-feira (29). A cirurgia ocorre em virtude de um quadro de osteoartrose, que gerou dores contínuas no quadril direito dele.
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A osteoartrose é uma condição comum que muitas pessoas desenvolvem à medida que envelhecem, podendo afetar qualquer articulação do corpo, sendo mais comum em articulações que suportam peso, como os quadris, segundo a AAOS (Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos).
O ortopedista Ricardo Skroch, membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) e da SBQ (Sociedade Brasileira de Quadril), explica que a artroplastia do quadril é realizada por meio de um acesso cirúrgico que permite chegar até a articulação do osso e desencaixá-la, possibilitando a remoção da cabeça do fêmur e de pedaços não saudáveis da articulação.
O ortopedista especialista em cirurgia do quadril Daniel Daniachi, do Centro Especializado em Ortopedia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, diz que a artroplastia é recomendada em casos em que o paciente sinta muita dor e tenha incapacidade funcional, afetando a qualidade de vida.
Entre os quadros que costumam ter a indicação para a cirurgia, estão a artrose, a osteonecrose e fraturas na cabeça do fêmur.
Etapas da cirurgia de artroplastia do quadril
O ortopedista e traumatologista Lucas Chinellato explica o passo a passo do procedimento.
• Etapa 1 – Preparação: antes da cirurgia, o paciente é anestesiado, seja por anestesia geral (induzindo ao sono), seja uma anestesia raquidiana (em que apenas a parte inferior do corpo fica adormecida). A escolha pelo tipo de anestesia depende de vários fatores, e isso será definido pelo cirurgião e pela equipe médica;
• Etapa 2 – Acesso à articulação: uma vez que o paciente esteja anestesiado, é feita uma incisão (corte) sobre o quadril para acessar a articulação. Essa incisão pode ser feita de diversas formas, e a escolha dependerá, em especial, do cirurgião;
• Etapa 3 – Remoção da cabeça do fêmur: o topo arredondado do osso da coxa (fêmur) é removido — esse é o ponto que se encaixa na pelve;
• Etapa 4 – Substituição da cavidade do quadril: a parte natural, arredondada e oca da pelve, onde a cabeça do fêmur se encaixa, chamada de acetábulo, é escavada e substituída por uma peça de metal ou cerâmica. Sobre ela, é colocada uma peça de plástico especial, que servirá como novo “amortecedor” entre os ossos;
• Etapa 5 – Substituição da cabeça do fêmur: o osso do fêmur é preparado para receber a nova cabeça, que, geralmente, é feita de metal ou cerâmica. Essa nova cabeça será inserida no osso da coxa;
• Etapa 6 – Finalização: uma vez que as novas partes estão no lugar, é testada a mobilidade do quadril, para garantir que tudo está funcionando bem. Em seguida, o corte é fechado e se inicia o processo de recuperação.
No total, a cirurgia pode durar de uma a três horas.
Pós-operatório
Os especialistas afirmam que, após a cirurgia, os pacientes continuam internados por dois dias para observação médica.
“Por rotina, incentivamos a saída do leito e caminhadas com andador ou muletas, junto do fisioterapeuta, logo no primeiro dia pós-operatório”, diz Skroch.
O acompanhamento fisioterápico logo após o procedimento visa auxiliar a recuperação de movimentos e o fortalecimento muscular da área operada.
Chinellato acrescenta que são necessários exercícios e cuidados complementares após a liberação do paciente para retornar para casa, como o uso de bicicleta ergométrica, exercício de elevação de pernas, respeitando os limites para a cicatrização, manutenção de repouso e aplicação de gelo no glúteo do lado da cirurgia e no local da incisão.
Atividades de alto impacto devem ser restritas durante o processo de recuperação, e pode haver limitação de alguns movimentos, que serão recuperados conforme o andamento da fisioterapia. O retorno para as atividades normais costuma levar de 60 a 90 dias.
Por fim, é importante que esses pacientes continuem a fazer acompanhamento médico, fisioterapia e exercícios físicos, fortalecendo a musculatura do quadril e a mobilidade do local operado.
(Por Giovanna Borielo, do R7)
Fonte: R7.COM
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