Nova sublinhagem já foi detectada em 11 países e impressiona especialistas por quantidade de mutações e capacidade de escapar de imunidade
Uma nova variante começa a preocupar o mundo e a OMS (Organização Mundial de Saúde). Apelidada de “Centauro”, a BA.2.75 é classificada como uma variante de “segunda geração”, pois se desenvolveu a partir da subvariante BA.2 da Ômicron.
Apesar da aparição recente, especialistas estão em alerta e rastreiam a sublinhagem que já foi sequenciada geneticamente em 11 países: Índia, Austrália, Japão, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Nova Zelândia, Holanda, Israel, Rússia e Reino Unido.
Onde a BA.2.75 foi detectada primeiro?
A nova cepa foi identificada pela primeira vez na Índia, em maio, quando foi apontada como responsável pelo crescimento dos casos de Covid-19 no país.
A BA.2.75 está ultrapassando a variante BA.5, que respondia pela maioria dos casos no território indiano. Em entrevista ao portal de notícias Stuff, da Nova Zelândia, a virologista e professora da Universidade de Otago da Nova Zelândia, Jemma Geoghegan afirmou que a composição da sublinhagem sugere que ela evoluiu de uma infecção humana persistente.
Sendo assim, pessoas, provavelmente imunocomprometidas, não eliminaram o vírus no período normal de até duas semanas e permitiram que ele continuasse sua evolução.
Qual a transmissibilidade?
De acordo com especialistas, a variante tem oito mutações na proteína Spike – partícula do SARS-CoV-2 que ajuda o vírus a entrar na célula humana – adicionais em comparação com a sua cepa de origem, a BA.2.
O virologista do Departamento de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres, Tom Peacock publicou no Twitter que “nenhuma dessas mutações individualmente é sinalizada como preocupante, mas, o aparecimento de todas juntas, de uma só vez, é outra questão.”
A presença das diversas mutações pode colaborar com o escape da nova cepa das vacinas já existentes e aumenta a taxa de transmissão da Covid.
O que preocupa os cientistas?
Uma das maiores apreensões dos pesquisadores é a localização das mutações, que pode demonstrar uma possibilidade de a Centauro reinfectar pacientes que já testaram positivo para a antiga cepa dominante, a BA.2. Isto significa que um indivíduo que já se infectou pela subvariante Ômicron (BA.2) pode pegar Covid-19 novamente se entrar em contato com a BA.2.75.
O Instituto de Saúde Pública da Holanda (RIVM, na sigla em holandês) observou que a variante de segunda geração “parece” ser capaz de escapar mais facilmente da proteção acumulada contra o coronavírus do que outras devido a pequenas mutações específicas.
Ao Stuff, a professora disse que duas mutações são “particularmente preocupantes”. Uma está relacionada ao potencial de escapar “completamente” dos anticorpos, evitando a proteção imunológica.
A outra parece aumentar a capacidade do vírus de se ligar às células humanas – aumentando a eficiência com que infecta as células.
Fonte: R7.COM