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Corpo de Bombeiros retira último veículo de rio onde ponte desabou no AM e uma pessoa continua desaparecida

Corpo de Bombeiros retira último veículo de rio onde ponte desabou no AM e uma pessoa continua desaparecida

DNIT alerta para interrupção de tráfego na BR-319/AM
(Foto: Reprodução)

O Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM) retirou, na tarde desta quinta-feira (6), a carreta que transportava cimentos e que ficou submersa após o desabamento de uma ponte no Rio Curuçá, na BR-319, no dia 28 de setembro. Com isso, os bombeiros encerraram os trabalhos de içamento, com o total de 10 veículos retirados do rio. O acidente deixou quatro mortos e 14 feridos. Mergulhadores ainda buscam por um desaparecido.

A BR-319 é a única ligação do Amazonas ao restante do país por via terrestre.

Segundo o Governo do Amazonas, com a conclusão da retirada dos veículos que caíram no rio, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), responsável pela aérea do acidente, deve iniciar, ainda neste fim de semana, os trabalhos para montagem de uma ponte provisória no local.

Todos os detalhes dos próximos passos do trabalho, foram discutidos nesta quinta, em reunião do gabinete de crise, formado por órgãos estaduais, federais e municipais, além de representantes de instituições privadas, para organizar as ações que diminuam o impacto causado pelo desabamento da ponte.

Segundo o secretário de Segurança Pública do Estado, general Mansur, até esta sexta-feira, mergulhadores do Corpo de Bombeiros e da Marinha do Brasil devem intensificar os trabalhos de buscas por João Nascimento Fernandes, de 58 anos, que segue desaparecido.

Ponte provisória

Após a intensificação dos trabalhos de busca, o Dnit dará prosseguimento aos serviços de preparação do local para o recebimento da ponte provisória.

“Primeiro, o DNIT vai trabalhar para construir as cabeceiras da ponte à margem do rio. De um lado ao outro da margem, são 100 metros. O Exército tem uma ponte metálica, uma ponte pré-moldada cuja extensão é de 60 metros. Então o Dnit, em conjunto com o Exército, está trabalhando para reduzir a margem, trazendo pedras, areia, um monte de material para construir duas cabeceiras, uma em cada extremidade do rio Curuçá pra enfim poder entrarmos com a ponte”, explicou o secretário, general Mansur.

O trabalho de preparação do local para o recebimento da ponte, segundo o DNIT informou ao Governo do Amazonas, é de aproximadamente três dias. Após esse período, será a vez do Exército iniciar os trabalhos de instalação da ponte. De acordo com a instituição, a inauguração da estrutura deve acontecer nas próximas semanas.

“Existe um cronograma, o que atrasou um pouco. Foi a chuva, e isso prejudicou um pouco o cronograma do Dnit junto com o Exército. Também tivemos as Eleições, tivemos que dar prioridade para o transporte das pessoas, então tivemos que parar o trabalho por questão de segurança das pessoas que estavam fazendo a travessia da margem. Mas nessa segunda atividade, da instalação dessa ponte metálica, a nossa previsão é que dia 19 de outubro ela esteja já inaugurada e funcionando”, disse o secretário.

A estrutura metálica terá capacidade para realizar o transporte de veículos grandes com capacidade de mais de 40 toneladas. A fiscalização da travessia será coordenada pelo Exército.

Apoio

Atualmente, a Defesa Civil e a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) auxiliam no transporte de pessoas na travessia do Rio Curuçá. São, ao todo, quatro lanchas disponíveis para o transporte de passageiros.

Rota alternativa

Para evitar o desabastecimento de mantimentos em municípios como Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Autazes e Manaquiri, o Gabinete de Crise estuda uma rota alternativa, que sairá da comunidade Novo Remanso, em Itacoatiara, e de lá, seguirá por Autazes com as cargas para os demais municípios. A rota ainda será analisada pelos prefeitos das cidades.

Entenda o caso

O acidente aconteceu no km 25 da BR-319, por volta de 8h de quarta-feira da semana passada (28). Parte da pista já havia sido interditada parcialmente na segunda-feira, após começar a ceder. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) só veículos leves estavam autorizados a transitar no local.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também informou que, por orientação do próprio Dnit, havia interditado parcialmente a ponte, no dia 26 de outubro, por causa de más condições na estrutura. Desde então, somente veículos leves podiam circular por lá.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que pessoas saem da água, após a tragédia. Os feridos foram socorridos pela população e encaminhados para unidades de saúde do Careiro e, posteriormente para Manaus.

Quatro pessoas, sendo dois homens e duas mulheres, morreram. A primeira vítima identificada foi Maria Viana Cordeiro, de 66 anos, servidora aposentada da Prefeitura de Manaus. Maria trabalhava na Casa Civil da administração municipal. Em nota, o prefeito de Manaus, David Almeida, lamentou a morte da ex-servidora.

A segunda vítima identificada foi o motorista Marcos Rodrigues Feitosa, de 39 anos. Segundo a esposa dele, Rainelma Gama, o homem fazia o trajeto de uma a três vezes por semana e trabalhava para uma empresa de distribuição de alimentos.

O cirurgião-dentista Rômulo Augusto de Morais Pereira, de 36 anos, é a terceira vítima identificada da tragédia. Rômulo atuava em Manaus e em Autazes, município que fica às margens da BR-319. Há dois anos, ele ia para a Comunidade Novo Céu, que fica na Zona Rural do Município, semanalmente. Ele saía às quartas-feiras para atender os pacientes e voltava às quintas.

Darliene Nunes Cunha, de 25 anos, foi a quarta vítima identificada. A vítima tinha um comércio em Manaquiri e estava de se deslocando para Manaus, onde compraria suprimentos para vender no estabelecimento. Ela estava acompanhada do marido.

Depois do desabamento, 14 pessoas foram internadas no Careiro da Várzea e em Manaus. O Governo do Amazonas informou que 13 delas já receberam alta. As autoridades ainda procuram por um desaparecido.

A BR-319 tem mais de 800 km de comprimento e liga a capital, Manaus, a Porto Velho (RO). A rodovia é a única ligação terrestre do Amazonas com o restante do país.

A Ponte Curuçá fica a 15 km da margem do Rio Amazonas. Para chegar a este ponto, é necessário pegar uma balsa na outra margem do rio, na altura do bairro Distrito Industrial, em Manaus. A travessia dura cerca de 45 minutos.

Fonte: G1-AM

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