Presidente da Câmara estaria incomodado com protagonismo de Pacheco, vindo de atribuições constitucionais da Casa que preside
Perto de completar dois meses, a briga entre Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem como plano de fundo a insatisfação do presidente da Câmara com a quantidade de “privilégios” constitucionais que o Senado tem. É o que dizem fontes ouvidas pelo R7 no Congresso. A disputa impede o retorno das comissões mistas que analisam medidas provisórias.
Os senadores são responsáveis, por exemplo, por presidir o Congresso, realizar sabatinas com indicados a ministro do Supremo, aprovar indicações de embaixadores e de diretores de agências reguladoras.
“O sentimento dele [Arthur Lira] é de ser menos privilegiada [a Câmara]. Quando as lideranças [da Câmara] defendem o encerramento das comissões mistas, elas querem manter na Câmara a influência, a prerrogativa de ditar o rito de como as medidas provisórias vão caminhar”, disse uma fonte à reportagem.
Poder de ditar o ritmo
Sem a instalação das comissões mistas, Arthur Lira é quem está com o poder de ditar quais medidas provisórias serão votadas e quem será o relator dessas matérias. É ele quem está sendo acionado pelo governo federal na hora de negociar aprovações de interesse do Poder Executivo.
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Na semana passada, em entrevista coletiva, Lira chegou a citar, em crítica a Pacheco, que a Câmara não tem ministérios e que o Senado é o maior interessado em resolver as comissões mistas porque fez as indicações dos ministros. Nos bastidores, é ventilada uma demanda específica de Lira ao presidente por uma indicação ao Ministério da Saúde.
A busca do presidente da Câmara por mais influência política impõe uma mudança estrutural nas comissões mistas, já que acabar com esses órgãos seria inconstitucional. O presidente briga pelo aumento do número de deputados nas comissões, que hoje trabalham com paridade de cadeiras, sendo 12 parlamentares de cada Casa.
Fonte: R7.COM