Apontada como rival do PCC (Primeiro Comando da Capital), a organização criminosa criada e liderada por Anderson Ricardo de Menezes, mais conhecido como Magrelo, provocou uma disputa sangrenta pela rota do narcotráfico na região de Rio Claro, no interior de São Paulo, nos últimos dois anos. Em 2020, a cidade registrou 21 homicídios, segundo dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública). O número saltou para 33 em 2022.
- O Bando do Magrelo é alvo de investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo) de Piracicaba, do MPSP (Ministério Público de São Paulo). Oito integrantes já foram identificados e denunciados pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Do grupo, cinco foram presos preventivamente durante operação em 17 de maio. O líder foi capturado na última terça-feira (23) entre as cidades de Novo Horizonte e Borborema, a cerca de 220 quilômetros de Rio Claro.Reprodução/MP-SP
O traficante Magrelo se considera o “novo Marcola”. Na denúncia do MPSP, obtida pelo R7, ele é descrito como o chefe da criminalidade local, sendo respeitado na área por causa do comportamento violento. “[Ele] não admite desaforos, seja de outros criminosos de seu grupo, seja de pessoas envolvidas com outras organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital. A consequência de quem ousa contrariar as determinações de Anderson Ricardo é uma só: a morte”, dizem os procuradores responsáveis pela investigação.Reprodução/Record TV De acordo com o MP-SP, a organização criminosa é conhecida pelo alto poder bélico. Os integrantes ostentam armas de fogo em quantidades impressionantes, principalmente fuzis, provenientes do dinheiro do tráfico de drogas. O Gaeco de Piracicaba encontrou diversas fotografias e mensagens no celular dos criminosos segurando o armamento pesado. Alguns itens são avaliados em até R$ 50 mil.
Reprodução/MP-SP Em uma conversa por WhatsApp entre integrantes da organização criminosa, a que o MP-SP teve acesso, Willian Ribeiro de Lima Diez, considerado o braço direito de Magrelo, afirma que o grupo chegou a lucrar R$ 100 mil por semana com a venda de drogas. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de São Paulo também determinou o sequestro de bens do grupo no valor de R$ 12 milhões.Reprodução/MP-SP A casa de Carlos Euzébio Netto, um dos integrantes do Bando do Magrelo denunciados pelo MP-SP, era usada pelo grupo rival do PCC para refinar cocaína, inclusive com estufa e prensa, e guardar armas. O imóvel era considerado um ponto de encontro pela organização criminosa.
Reprodução/MP-SP
Fonte: R7.COM