O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos foi condenado à prisão, com uma pena de um ano, sete meses e um dia em regime inicial aberto em um processo por calúnia. A decisão é da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). Allan dos Santos, que está foragido nos Estados Unidos, após ter uma ordem de prisão preventiva expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) havia sido absolvido em primeira instância, mas a decisão foi reformada.
No caso do processo no TJ gaúcho, a condenção se deu em razão de um vídeo publicado no canal Terça Livre em que Allan dos Santos fazia comentários sbre uma exposição de arte e atacava a cineasta Estella Renner, acusando-a falsamente de crimes. Na publicação, ele fazia acusações contras os responsáveis pelo projeto “Queermuseu – Cartograias da Diferença na Arte Brasisleira”, apresentada pelo Santander Cultura, em 2017.
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“Está aqui, óh. Maria Farinha Filmes, Estella Renner. Não estou brincando. Veja com seus próprios olhos. Esses filhos da p… ficam querendo botar maconha na boca dos jovens. P… que pariu. QUerendo ensinar isso para criancinha. TUdo isso aqui é oq ue está por traás do Santander Cultural, quando eles fazem zoofilia, pedofilia…”, disse Allan dos Santos no vídeo.
Estella Renner prestou queixa por injúria, calúnia e difamação. Em primeira instância, Allan dos Santos foi absolvido, mas após recurso ele foi condenado. O desembargador Jayme Weingartner Neto considerou que o blogueiro atribuiu fato ofensivo a Estella e o condenou por calúnia.
Foragido
Dono do canal Terça Livre, Allan dos Santos é um dos aliados mais próximos do presidente Jair Bolsonaro e da família Bolsonaro. Ele é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Um deles investiga ameaças a ministros da Suprema Corte e disseminação de conteúdo falso -ou fake news – na internet. O segundo inquérito apura o financiamento de atos antidemocráticos.
O blogueiro foi alvo de operações e deixou o Brasil em direção aos Estados Unidos, país em que entrou com visto de turista que venceu em fevereiro de 2021, mas permanece até hoje. Em outubro do último ano, Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Allan dos Santos e intimou o Ministério da Justiça a dar início imediato do processo de extradição dele. Nos Estados Unidos, ele inclusive participou normalmente de uma motociata organizada pelo presidente Jair Bolsonaro em Orlando, no mês passado.
Fonte: O TEMPO
