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Consórcio reduz custos no planejamento do agronegócio

A modalidade não é considerada como participante direta nos resultados do comércio exterior e é incomum como influenciadora indireta em saldos de exportações

Consórcio reduz custos no planejamento do agronegócio
Consórcio reduz custos no planejamento do agronegócio

Ao longo dos anos, o consórcio vem trazendo benefícios para pessoas físicas e jurídicas, independente da atividade profissional ou empresaria. No caso do agronegócio, considerando bens como máquinas e implementos agrícolas, este autofinanciamento vem proporcionando custos menores que geram competitividade no produto final e por consequência naqueles exportados.

Presente no setor de veículos pesados, onde estão também inclusos os caminhões, responsáveis pelo transporte de insumos e safras, o consórcio influencia indiretamente nos resultados finais.

Não se considera a modalidade como participante direta nos resultados do comércio exterior, e é incomum considerá-la como influenciadora indireta em saldos de exportações. “Contudo”, explica o economista Luiz Antonio Barbagallo, da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), “em uma análise mais acurada, a relação é possível e o consórcio vem sendo utilizado”.

Por ser cada vez mais competitivo, o mercado externo para o Brasil, especialmente para o agronegócio, estudos setoriais feitos pela ABAC apontam que o planejamento, a estratégia inovadora e a diversidade de produtos, visam as conquistas internacionais em vários mercados antes e depois da porteira.

Como resultado do desenvolvimento produtivo, a agricultura brasileira se tornou uma das mais avançadas do mundo. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, a competitividade cresceu 400% entre 1975 e 2020. “Pesquisadores daquele Instituto sustentam que o aumento da produtividade nacional propiciou ampliação da concorrência do setor, resultando em custos menores e consequentemente preços inferiores”, detalha Barbagallo.

O estudo aponta também que, entre 1995 e 2017, para um crescimento de 100% no valor bruto da produção, a participação da tecnologia agregada subiu de 50% para pouco mais de 60%. Nesse mesmo período, a presença do fator trabalho diminuiu de 31% para menos de 20%, enquanto a do fator terra praticamente ficou estável em 20%.

O economista esclarece que, “o índice internacional PTF, Produtividade Total dos Fatores, sinalizador da relação entre a referência de produto total e os insumos, registrou, no Brasil um crescimento superior à média mundial. Como decorrência”, pontua Barbagallo, “a partir dos anos 2000, nosso país passou a liderar a produtividade do setor, especialmente em razão de, daquele ano até 2019, durante praticamente vinte anos, o Brasil alcançou o índice de 3,2%, enquanto a média mundial anotou apenas 1,7%, quase o dobro”.

Entre os fatores mais importantes que atualmente determinam a competitividade no agronegócio estão os investimentos em tecnologia e na inovação. A substituição de equipamentos antigos por mais modernos reduzem custos e aumentam a rentabilidade.

“Todavia, a aquisição desses equipamentos exige recursos consideráveis”, comenta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “A importância de poder contar com mecanismos de financiamento mais acessíveis e com baixos custos é fundamental. Nesse aspecto, o consórcio se torna uma opção interessante e vantajosa para o agroempresário”, complementa.

No balanço do sistema de consórcios, divulgado mensalmente pela ABAC, verifica-se constante avanço nas liberações de créditos para contemplações de consorciados de máquinas, equipamentos, implementos agrícolas e veículos, inseridos no segmento de veículos pesados, em paralelo aqueles comercializados. Há também créditos concedidos aos que necessitam de silos, drones, imóveis, galpões, em outros setores consorciais.

 “Em uma trajetória paralela, constata-se que o crescimento das contemplações dos consórcios do setor agrícola, nos últimos seis anos, vem acompanhando a performance comercial das máquinas agrícolas”, afirma Barbagallo.

Como conclusão, o economista aponta essa relação como “excelente indicativo de que o empresário rural enxerga cada vez mais o consórcio como uma opção de investimento, economicamente interessante, para modernizar e manter competitivo seu negócio”.

Na balança comercial, em razão da grande competitividade, o superávit do agronegócio em 2023 foi 4,9% superior ao de 2022. Foram US$ 148,58 bilhões, saldo dos US$ 165,05 bilhões das exportações, descontados os US$ 16,47 bilhões das importações. No ano passado, o segmento agropecuário cresceu 15,1%, porém sua contribuição para o PIB foi de apenas 0,9 ponto percentual.

“A forte expansão dos consórcios nos últimos anos, especialmente em automóveis, motocicletas e principalmente imóveis, também tem se destacado no agronegócio, afirma Rossi. “Como um dos fatores importantes no planejamento de produtores e pecuaristas, o mecanismo tem contribuído para o bom desempenho e competitividade dos participantes desses mercados”, conclui.

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