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Brasil desafia empresas de verificação de identidade

Com uma tentativa de fraude a cada nove segundos, país mostra que recursos usados no mundo todo, como KYC (conheça-seu-cliente, do inglês know-your-client), não são mais suficientes para evitar fraudes quando utilizados isoladamente, diz especialista

Brasil desafia empresas de verificação de identidade
Brasil desafia empresas de verificação de identidade

Tentativas de golpes digitais já fazem parte da rotina do povo brasileiro e o problema tende a aumentar quanto mais a sociedade tem acesso a tecnologias avançadas, como 5G, web3 e Inteligência Artificial. Segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, somente em janeiro deste ano os brasileiros sofreram uma tentativa de golpe a cada nove segundos, somando 284.198 mil tentativas de fraude de identidade naquele mês.

Quando comparados aos dados do mesmo período no ano passado, houve queda de quase 25% – o que demonstra investimento em segurança. Por outro lado, desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020, as transações online tiveram um crescimento expressivo. De acordo com o Banco Mundial, há dez anos 51% das pessoas tinham conta em banco. Esse número saltou para 68% em 2017 e 76% em 2021.

A pandemia também levou a um aumento no uso de pagamentos digitais. Segundo a instituição, nas economias de baixa e média renda (excluindo a China), mais de 40% dos adultos fizeram pagamentos em lojas ou online usando cartão, telefone ou internet pela primeira vez. O mesmo aconteceu com relação a pagamentos de contas de serviços públicos. Ou seja, mais de um terço da população mundial deixou de ir pessoalmente pagar suas contas ou fazer compras, preferindo realizar transações pela internet – o que levou, também, ao expressivo aumento de fraudes. 

Ainda com relação às quase 285 mil tentativas de fraude registradas em janeiro deste ano, o estudo da Serasa Experian mostra que, no recorte por setores, as tentativas de fraude relacionadas ao segmento de bancos e cartões lideraram com mais de 133.970. Em segundo lugar, ficou o setor de serviços com 78.219, seguido pelas financeiras com 55.703. Varejo apareceu em quarto lugar, com 12.577 pessoas que foram alvo. Telefonia ficou em último lugar, com 3.729.

A questão da falta de segurança digital mobiliza governo, sociedade civil, bancos, negócios tradicionais e, mais recentemente, empresas que já nasceram online, como fintechs, agtechs, regtechs e um sem-fim de startups que comercializam produtos e serviços na web. As fraudes aumentaram consideravelmente na esteira do crescimento dos negócios online. Além de exigir esforços para se aumentar a informação, a educação e a conscientização das pessoas sobre a importância de se prevenirem contra ações fraudulentas, também têm levado as empresas que atuam diretamente na verificação de identidade a rapidamente desenvolver soluções mais robustas e eficientes.

De acordo com Andrew Sever, cofundador e CEO da Sumsub – empresa de verificação de identidade com atuação global –, a partir de estatísticas internas, numa base de clientes superior a 2.000 instituições, “foi possível detectar que alarmantes 70% das atividades fraudulentas ocorrem após o estágio de identificação do cliente (KYC), indicando claramente a necessidade de adaptação, já que isoladamente as verificações KYC não se mostram mais suficientes”.

Nesse sentido, Sever adianta que no próximo dia 6 de junho a Sumsub vai lançar uma nova estratégia de posicionamento para redefinir seu papel no mercado. “É fundamental encarar, de modo solidário e eficiente, os desafios e despesas que as empresas podem enfrentar com relação às exigências de segurança e conformidade, ajudando-as a ficar à frente das tendências que mudam aceleradamente – principalmente no combate mundial a fraudes e lavagem de dinheiro”.

Com relação ao desafio que o Brasil representa, o executivo diz que se trata de um mercado bastante especial, não apenas por conta do alto índice de tentativas de fraude, mas pelo avanço dos serviços, negócios e entretenimentos online. “Vemos que não basta mais conferir se o cliente é quem ele diz ser, mas é preciso conhecer mais profundamente o perfil de negócios em que esse cliente atua, ter ciência das transações que efetua, conhecer o perfil das empresas com que se relaciona, tudo dentro das regulamentações vigentes em cada país. Só assim será possível estar sempre um passo à frente dos fraudadores”.

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