O mercado de trabalho está passando por uma série de transformações e, com isso, os profissionais devem desenvolver “soft skills”, que são as habilidades fundamentais para preencher as vagas. Entre as novas competências, destacam-se o pensamento crítico, solução de problemas complexos, inteligência emocional e tecnológica, autogerenciamento e busca da excelência na sua área de atuação. Um estudo da Universidade de Oxford, mostrou que os profissionais felizes apresentaram uma produtividade até 30% acima dos demais colaboradores que possuem as mesmas habilidades.
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A análise com vistas ao mercado de trabalho para os próximos anos, segundo o relatório “The Future of Jobs 2020” – publicado pelo Fórum Econômico Mundial, é de que ainda existe uma lacuna entre as competências exigidas e as habilidades das pessoas que buscam emprego. A capacidade de se comunicar é outro ponto que também deve ser reavaliado pelos trabalhadores, segundo levantamentos realizados recentemente – um pelo site de recrutamento norte-americano ZipRecruiter e outro pela empresa de recrutamento brasileira Robert Half em parceria com a escola de educação corporativa The School of Life Brasil.
De acordo com o especialista em gestão de pessoas e alto desempenho, Ronan Mairesse, o principal fator que vem exigindo dos profissionais essas novas competências é a velocidade com que as mudanças devem ser implementadas – e a pandemia de Covid-19 foi prova disso.
“Simplesmente de uma hora para outra o mundo mudou e exigiu uma adaptação rápida dos profissionais. Suportaram a mudança aquelas pessoas que tiveram inteligência emocional para pensar em soluções para problemas complexos”, disse.
Segundo Mairesse, um dos problemas que surgiu no início da crise sanitária foi fazer atendimento de venda e reuniões online, onde líderes e vendedores tiveram que aprender técnicas usadas por palestrantes para prender a atenção das pessoas. “Devido à pandemia e à velocidade que as coisas ocorrem hoje, não podemos mais esperar milênios para evoluir. O mercado exige soluções rápidas e para tanto é preciso muita criatividade e conhecimento para pensar e criar formas de deixar o trabalho menos esforço e mais resultado”, afirma.
O especialista em gestão de pessoas ressalta que a pessoa que é uma liderança mesmo sem cargo, é aquela capaz de unir as pessoas em prol de um objetivo, seja ele resolver um problema ou desenvolver uma estratégia capaz de ajudar o todo. Além disso, o profissional e, principalmente, o líder precisa conhecer as novas tecnologias e o que elas são capazes de fazer para deixar o negócio mais produtivo.
“É necessário que saibamos o que é Inteligência Artificial e como os algoritmos dela funcionam”, diz. “Diretores de vendas e de marketing que dominam o conhecimento dessas tecnologias são aqueles que conseguiram passar pelo momento pandêmico com menos problemas do que aqueles que sequer sabiam como funcionava o impulsionamento da rede social da empresa”.
Para o especialista, os profissionais do futuro também devem sair da sua zona de conforto e se adaptar às mudanças que surgem. “É preciso muita autoconsciência que vem da inteligência emocional para perceber, interpretar e criar um plano estratégico para que o cérebro sofra o menos possível com as transformações”, salienta.
Mairesse destaca os profissionais que têm a capacidade de se autoavaliar, se desenvolver e aplicar o que aprendem, como diferenciados no mercado de trabalho. “Uma das coisas que percebo nesse tipo de profissional é que existe fome interna de aprender para cumprir melhor uma missão e propósito. Sempre é possível fazer melhor hoje do que fizemos ontem”, evidencia o especialista em gestão de pessoas.