Cunhado na década de 1920 pelo inglês Sir Albert Howad, o termo Agricultura Orgânica começou a ganhar força apenas na década de 1960. Hoje esta modalidade de cultivo já é uma realidade e o número de clientes cresce anualmente. Estas produções orgânicas são caracterizadas pela ausência de fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, sementes transgênicas ou alto volume de mecanização nas atividades. Essas adoções, além de evitarem riscos à saúde humana, contribuem na redução de impactos ambientais.
+ Leia mais notícias no portal Amazônia Sem Fronteira
A Agricultura Orgânica vem crescendo em importância e presença, principalmente em ambientes urbanos onde o consumo de industrializados ainda é grande devido ao ritmo da cidade e por poucos espaços dedicados a ofertar produtos mais saudáveis, apesar de o número de feiras ecológicas ou orgânicas terem aumentado significativamente nas capitais. Os consumidores também estão ficando mais exigentes e preocupados com o seu bem-estar, o que contribui para o aumento da demanda desses produtos. O Brasil é o 4º consumidor de alimentos orgânicos no mundo, mercado que movimenta cerca de US$ 97 bilhões por ano.
Entretanto, este cenário parece estar se modificando ano após ano. Apenas na última década, a produção de alimentos orgânicos teve um aumento de quatro vezes. Atualmente há quase 20 mil agricultores familiares certificados em todo o território brasileiro de maneira distribuída em quase todas as regiões, segundo dados da Abrafrutas, Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados.
Com o aumento do interesse e demanda desses produtos, muitos agricultores também estão buscando aprimoramento e novas técnicas de cultivo para suprirem essa nova realidade. Como resultado disso, muitas instituições de ensino já estão oferecendo cursos e graduações para esse novo perfil de profissional. “O mercado da educação já sente essa forte tendência. Aqui na nossa faculdade, por exemplo, estamos notando uma elevada e constante procura por nossos cursos relacionados à produção sustentável”, destaca o Diretor Geral da Faculdade FAESDA, Fernando Oliveira. “O número de alunos matriculados em nossa pós-graduação em Agricultura Orgânica reflete essa busca por formações nessa área”, completa.
Outro setor que está se adaptando aos novos consumidores é o de restaurantes. A preferência por serviços que oferecem pratos mais saudáveis e frescos vem acompanhando a tendência. Diversos estabelecimentos já utilizam temperos, ervas e folhas verdes produzidos no próprio local, cultivados em hortas suspensas e verticais ou pequenos bancos de terra nas áreas externas.
Proprietário do restaurante Verd & Co. de Curitiba, Germano Bohrer Oppitz, faz questão que seus pratos contenham ingredientes oriundos de sua plantação orgânica. “Nós queríamos ter os temperos orgânicos e folhas verdes para consumo no local, já que alguns desses insumos são difíceis de encontrar na capital paranaense, mas percebemos que essa prática atraiu mais clientes, então optamos ampliar a nossa pequena horta caseira para atendê-los”, comenta Oppitz.