O CFP (Conselho Federal de Psicologia) publicou no final de dezembro o CensoPsi 2022, considerado o maior levantamento de dados já realizado sobre o exercício profissional da área no Brasil. O material foi organizado em dois volumes e apresenta informações sobre a “Formação e Inserção no Mundo do Trabalho”, além de análises a respeito das “Condições de Trabalho, Fazeres Profissionais e Engajamento Social”.
Para a realização do estudo, intitulado “Quem faz a Psicologia Brasileira? Um olhar sobre o presente para construir o futuro”, foram entrevistados 20.207 profissionais de psicologia de todas as regiões do país entre 2021 e 2022.
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Os entrevistados responderam a um questionário – disponibilizado no ambiente on-line -, que incluiu questões como a pandemia de Covid-19 e o surgimento de novas tecnologias a fim de compreender as principais mudanças que estão em andamento e devem impactar os psicólogos de hoje e do amanhã.
Segundo o estudo, 7 a cada dez (72%) profissionais estudaram em instituições privadas de ensino, ao passo em que 27% dos entrevistados se graduaram em organizações públicas. Além disso, a pesquisa indicou que 8 a cada 10 (83%) entrevistados fizeram apenas a graduação em psicologia, enquanto 16,7% dos psicólogos foram além, conciliando a psicologia com outra profissão ou formação.
Para Felipe Laccelva, psicólogo e CEO da Fepo Psicólogos On-line – plataforma de psicologia que conecta pessoas com psicólogos via videochamada -, os resultados do CensoPsi 2022 refletem o retrato dos profissionais de psicologia.
“Alguns pontos permanecerem sem mudanças, como o predomínio do gênero feminino na atuação profissional”, aponta Laccelva. Com efeito, 79,2% das participantes do Censo foram mulheres e 20,1% homens.
Outrossim, esta foi a primeira edição em que o CensoPsi incluiu questões a respeito de orientação sexual, gênero, raça e deficiência: 83,8% dos entrevistados se definiram como heterossexuais, 8% como homossexuais, 7,1% como bissexuais e 1% como pansexuais ou assexuais.
Terapia on-line
“Além disso”, prossegue, ”por meio do levantamento surgiram dados sobre a modalidade de atendimento virtual, que tem ganhado espaço na preferência de muitos pacientes, devido a sua praticidade”, afirma. A valer, as TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) mencionadas pelo empresário ganharam destaque no Censo como um eixo fundamental para a análise das transformações que vêm ocorrendo na profissão.
Laccelva acredita que a psicologia vem acompanhando as mudanças da sociedade brasileira, assim como sua evolução tecnológica. “Hoje, é possível conversar com um psicólogo através de videochamada, o que se aproxima da realidade da maior parte das pessoas que têm uma rotina atribulada e que, por conta disso, não conseguem se deslocar para uma consulta presencial”.
Ainda na visão do CEO da Fepo Psicólogos On-line, a tecnologia, que oportunizou o atendimento de saúde on-line, facilita a vida de moradores de regiões afastadas, que não contam com esse tipo de profissional por perto.
A propósito, o Censo revelou que a região Sudeste concentra o maior contingente de profissionais de psicologia e que cerca de 28% destes atuam apenas no estado de São Paulo. As regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste ocupam a segunda, terceira e quarta posição no ranking, respectivamente. O Norte é a região do país que apresenta a menor quantidade de psicólogos, apesar de reunir mais de 15.864.454 habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O CensoPsi 2022 é resultado da parceria da SBPOT (Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho) com o GT83 (Grupo de Trabalho Configurações do Trabalho na Contemporaneidade e a Psicologia Organizacional e do Trabalho) e a ANPEPP (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia), e conta com o apoio do conjunto de entidades que integram o FENPB (Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia).
Para mais informações, basta acessar: https://www.fepo.com.br/