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Especialista alerta para os sintomas da Esclerose Múltipla

Doença acomete, em média, 40 mil pessoas em todo o país. Maior prevalência se concentra nas mulheres jovens, entre os 20 e os 40 anos de idade

Especialista alerta para os sintomas da Esclerose Múltipla
Especialista alerta para os sintomas da Esclerose Múltipla

 

Conforme as informações do Ministério da Saúde, cerca de 40 mil pessoas vivem com esclerose múltipla hoje no país. Em todo o mundo, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 2,8 milhões de pessoas tenham o diagnóstico da doença, uma das principais causas de incapacidade neurológica em jovens.    

Para chamar a atenção sobre o problema crônico e incurável, no mês marcado pelo Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, celebrado em (30/8), Felipe da Rocha Schmidt, coordenador do serviço de neurologia dos Hospitais Vitória e Samaritano da Barra da Tijuca, da rede Americas, fala mais sobre a enfermidade, que conta com tratamento disponível para controle dos sintomas e que confere qualidade de vida e independência aos pacientes.

O especialista esclarece que a EM é uma doença em que as próprias células de defesa do organismo atacam o Sistema Nervoso Central (SNC), com o desenvolvimento de lesões cerebrais e na medula espinhal. “Quando não tratadas de forma adequada, em atendimentos especializados, podem ocorrer sequelas neurológicas graves e definitivas”, destaca Schmidt.

Além disso, a doença pode ser subdividida de acordo com os ataques frequentes de inflamação no sistema nervoso central (também chamados de “surtos”) com o aparecimento agudo de sintomas neurológicos. Estes, duram dias até semanas com melhora parcial ou total mesmo sem tratamento.

“O problema é que com a repetição dos ‘surtos’, as sequelas tendem a se acumular. O segundo subtipo é a forma progressiva, caracterizada por aumento lento de sintomas no decorrer de meses a anos, com incapacidade progressiva”, explica.

Os sintomas relacionados à esclerose são bem variados, como fraqueza muscular, alteração de sensibilidade (dormência, queimação ou dor em algum segmento, de um dos lados do corpo ou por vezes do tronco para baixo), perda ou turvação na visão de um dos olhos, visão dupla, desequilíbrio ao caminhar e dificuldade no controle da urina. A fadiga (sensação de falta de energia) é muito comum na doença, e pode contribuir muito com a incapacidade. “É importante entender que os sintomas devem ser persistentes, tendo que durar mais do que 24 horas. Sinais de curta duração, em geral, não são relacionados à doença”, ressalta Schmidt.  

O especialista também destaca alguns sintomas que, quando presentes em pessoas mais jovens, despertam o “sinal de alerta” para o diagnóstico, como a sensação de aperto na região do tórax, conhecido como “abraço da esclerose”, além de dor intensa e intermitente em um dos lados da face. “É fundamental compreender que muitos dos indícios relacionados à esclerose múltipla são comuns em outras condições e, eventuais dormências e formigamentos, de curta duração, podem ocorrer em pessoas normais. O diagnóstico exige a realização de uma anamnese e exame físico minucioso, além de exames complementares como ressonância magnética, entre outros”, esclarece.  

Dados epidemiológicos e perfil  

Estima-se que no Brasil 40 mil pessoas possuam o diagnóstico de Esclerose Múltipla. Sobre o perfil, os estudos indicam que a maior prevalência se concentra nas mulheres jovens, entre os 20 e os 40 anos de idade. “Um dos maiores problemas dessa doença é que afeta uma população jovem, com uma vida inteira pela frente. Pessoas que querem vínculos sociais, sucesso profissional, construir família. Com o diagnóstico precoce e os tratamentos atuais, todos esses planos seguem como possíveis”, destaca o especialista.   

E completa “Quanto mais precoce o início do tratamento, maior a chance de sucesso e menores serão as sequelas”, informa.

Causas da doença  

Schmidt orienta que a causa para a esclerose múltipla não é única, e que diversos fatores genéticos e ambientais podem contribuir. Vários genes já foram descritos como relacionados à doença, mas a ausência deles não garante que uma pessoa não vá ter, e nem a presença deles significa, necessariamente, que vá acontecer. “Não basta ser geneticamente predisposto, há uma série de fatores ambientais como infecções da infância, alimentação, exposição a substâncias, níveis de vitamina D, entre outros, poucos conhecidos, para o desenvolvimento da Esclerose”.   

Os baixos níveis de vitamina D, que ocorre mais frequentemente em regiões de pouca exposição solar do hemisfério Norte, por exemplo, estão relacionados a maior risco de desenvolvimento. Outro gatilho que parece ser fundamental é a infecção pelo vírus Epstein Barr (causador da mononucleose), uma vez que quase a totalidade dos pacientes com esclerose múltipla já tiveram contato com o vírus, mas é importante lembrar que mais de 95% da população brasileira adulta já teve contato com o vírus e a imensa maioria não desenvolve a doença. Estão sendo desenvolvidas vacinas contra o vírus Epstein Barr, com o objetivo de reduzir a taxa de infecção e, possivelmente, o desenvolvimento da esclerose múltipla.  

 

 

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